Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Jardim das Delícias



Terça-feira, 25.06.13

Cantiga prá Maria - António Pinho Vargas, por Maria João

 

Maria João (António Pinho Vargas)  Cantiga prá Maria

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 21:00

Terça-feira, 25.06.13

Isso é um livro? - Jorge Silva Melo

 

Jorge Silva Melo  Isso é um livro?

 

 

   "O Nariz de Gógol", solicitei. A rapariga era uma virago: "Isso é um livro?" O extravagante diálogo decorreu numa tarde de Abril numa livraria que já teve as suas horas, nesta cidade mesmo de Lisboa. "Não vinha aqui procurar sapatos."

A empregada, furibunda, avançou para o computador, gritando para uma colega: "Já ouviste falar de um livro chamado O Nariz?" A outra aconselhou a busca no computador. Lá fomos, e ainda ouvimos a voz desta segunda, perguntando: "Isso é recente?" "Sim, saiu uma edição há uns dois anos."

Velho livrariófilo (não é bibliófilo, é viciado em livrarias e estantes), desconfio destas livrarias onde os vendedores se precipitam para as máquinas à procura de stocks, não sabem o que está nas estantes, nem a cor do livro, nem me aconselham outra edição, ou mesmo outra obra ou outra ainda. Embora já o tenha, teria comprado as Almas Mortas, tivesse a rapariga dito um "este saiu há menos tempo e é uma tradução do russo". E teria comprado Kafka, se me tivesse dito "são parecidos"; e então se tivesse apontado o que de Gógol há em Rodrigues Migués. cá trazia eu para casa mais uma Gente da Terceira Classe.

Depois da lenta consulta — e eu a querer fumar —, lá disse a acertiva jovem (também há jovens imbecis): "Isso não existe." A outra, mais simpática, trouxe-me até à porta e sussurrou: "Vá àquela ali, é melhor, nós não percebemos nada disto." Lamentei, cá para mim, as misérias da vida que obrigam uma moça alegremente ignorante a trabalhar numa livraria e não numa lojinha de bugigangas, e segui o conselho.

Pois não é que a empregada desta outra livraria, a "melhor", em­pregada mais antiga que fazia crochet, interrompe o passatempo e me olha, aterradora: "Isso é um livro?" pergunta. "É. E saiu há uns dois anos." "O Não-Sei-Quantas chega aqui, conheces uma editora que se chama O Nariz?" grita para o fundo. "Não é uma editora, é uma novela, a edição é da Assírio e Alvim." "Dessa, temos umas coi­sas" disse, pousando o crochet e deixando-me com ténue esperança. "Não sei bem o quê, mas temos." E lá atacou o amaldiçoado com­putador. "Olhe, temos o Fernando Pessoa, esse temos, não quer?"

"Não, queria o Gógol" repeti, e já passara meia hora desde que me dera aquele desejo maldito de comprar uma das mais belas nove­las de sempre e jamais. "Isso é um livro?" repetiu a livreira, e foi a terceira vez que, numa livraria, me fizeram esta pergunta. Lá disse que supunha que, nas livrarias, se vendem livros (embora, para dizer a verdade, durante esta já quase hora, não tenha eu visto nem um cliente nem uma venda).

Talvez pudesse ter ido a uma "grande superfície", aí não me per­guntam "Isso é um livro?", vêm o código de barras e fazem plim, mas não fui, meti-me num supermercado a comprar iogurtes, voltei para casa, tristonho, sem o meu cobiçado Nariz (salvo seja).

E, ao subir a rua, fim da tarde desta terça-feira, lembrei-me de Londres, de uma daquelas livrarias Stockwell cheia de turistas e best--sellers, bem no centro de Charing Cross. Vi um livro semi-autobiográfico, acabadinho de sair, de Paula Fox, ignota autora de quem gosto muito (adaptei o seu Coitado do Jorge), e, embora ainda de capa dura, decidi comprar. E a rapariga da caixa, no rneio dos clientes que lhe compravam a Queda de Berlim e até a Bridget Jones, olhou e disse: "Esse livro é fantástico, saiu há uma semana, li-o ontem e sabe uma coisa?, eu sou dos States (notava-se) e fui vizinha da Autora, vivía­mos no mesmo quarteirão, é o melhor livro dela, tão comovente!" É verdade: chama-se Borrowed Finery a memoir e, se me viessem agora com aquela "Que livro gostaria de ver traduzido?", desta vez não fazia a lista que começa na Ilíada.

Bem sei, Londres é Londres e foi um acaso encontrar numa livraria uma rapariga que durante meia hora me falou (e bem) de Paula Fox. E Lisboa é Lisboa, que pena.

Mas, não é por causa disto tudo mesmo, desta porcaria, graças a esta miséria, esta ignorância, esta arrogância pequenina e burguesota, neste cretino Rossio, que eu até consigo entender melhor o sublime Gógol?

Público, Mil Folhas, 26 de Abril de 2009

 

(in Jorge Silva Melo, Século Passado, Cotovia)

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 17:00

Terça-feira, 25.06.13

Encontraría a La Maga?.....- Luís Sepúlveda

 

Luís Sepúlveda  Encontraría a La Maga?

 

 

   Hoy tenía que llover, no podía ser de otra manera porque el mundo, la vida y todo eso que se junta como las miguitas del pan en la sobremesa tienen un cierto orden, aleatorio claro, y por eso mismo llenan de sentido todo lo que es, lo que fue, lo que será en nosotros. Y llovió, claro.

Y llovió con gotas lentas, como cansadas de ser agua, manto húmedo, mortaja del tiempo ido o porfiadas lágrimas del cielo. Llovió, llueve y en cada gota que cae en el patio, al estrellarse contra las baldosas está el mismo ruido de otras gotas cayendo por el trocito pequeño de cielo que se abre al final de la rue de l´Hirondelle, en ese Paris latinoamericano que dijo presente hace cincuenta años en las páginas de Rayuela.

Qué será de vos, Oliveira? No es necesaria ninguna respuesta porque sé que estás ahí, recién hiciste el amor con la clochard porque era y es la única manera de seguir buscando eso que conocíamos de nombre pero preferíamos dudar y volver a preguntarnos cómo se llamará? dónde estará? Y La Maga sigue ahí, y el bebé Rocamadour, y su destino, todo sigue ahí, inalterable como la misma costumbre de vivir.

Hace cincuenta años que se publicó Rayuela y más o menos cuarenta desde el día en que me asomé a sus páginas por primera vez, para empezar un viaje de asombro en asombro y que culminó en la certeza de tener un lugar en el mundo: Rayuela me hizo rabiosamente latinoamericano, felizmente latinoamericano, dolorosamente latinoamericano. Rayuela y Julio Cortázar me entregaron una bandera que se defiende sola, de todos los colores y ninguno, y que se ve en toda su intensidad cuando la mueve el viento de los que buscan y buscan, que nunca dejarán de buscar.

Está lloviendo. Abro el viejo libro que me acompaña desde hace casi cuarenta años, leo algo al azar...- yo no me sé expresar- dijo La Maga secando la cucharita con un trapo nada limpio -. A lo mejor otras podrían explicarlo mejor pero yo siempre he sido igual, es mucho más fácil hablar de las cosas tristes que de las alegres...

Abrazo a mi viejo libro, y de sus páginas me llegan: la tos de Oliverira, las frases sonámbulas de La Maga, el rumor de un Paris que ahora sólo queda entre las palabras y el llantito afiebrado de Rocamadour, en fin, todo eso que como las miguitas de pan  en la sobremesa forman un todo lleno de sentido como la costumbre de vivir o algo así.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 15:00

Domingo, 23.06.13

FILME - Z, de Costa Gravas (falado em espanhol)

 

Costa Gravas  Z

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 14:00

Sábado, 22.06.13

Kaimos - Mikis sings tis Xenitias

 

Mikis Theodorakis  Kaimos

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 21:00

Sábado, 22.06.13

de "Levantado do Chão" - José Saramago

 

José Saramago

 

(Adão Cruz)

 

(...)

"A grande e decisiva arma é a ignorância. É bom, dizia Sigisberto, no seu jantar de aniversário, que eles nada saibam, nem ler, nem escrever, nem contar, nem pensar, que considerem e aceitem que o mundo não pode ser mudado, que este mundo é o único possível, tal como está, que só depois de morrer haverá paraíso, o padre Agamedes que explique isto melhor, e que só o trabalho dá dignidade e dinheiro, porém não têm de achar que eu ganho mais do que eles, a terra é minha, quando chega o dia de pagar impostos e contribuições, não é a eles que vou pedir dinheiro emprestado, que aliás sempre foi assim, e será, se não for eu a dar-lhes trabalho, quem o dará, eu e eles, eu que sou a terra, eles que o trabalho são, o que for bom para mim, bom para eles é, foi Deus que quis assim as coisas, o padre Agamedes que explique melhor, em palavras simples que não façam mais confusão à confusão que têm na cabeça, e se o padre não for suficiente, pede-se aí a guarda que dê um passeio a cavalo pelas aldeias, só a mostrar-se, é um recado que eles entendem sem dificuldade. Mas diga-me, senhora mãe, bate também a guarda nos donos do latifúndio, Credo, que esta criança não regula bem da cabeça, onde é que tal se viu, a guarda, meu filho, foi criada e sustentada para bater no povo, Como é possível, mãe, então faz-se um guarda só para bater no povo, e que faz o povo, O povo não tem quem bata no dono do latifúndio que manda a guarda bater no povo, Mas eu acho que o povo podia pedir a guarda que batesse no dono do latifúndio, Bem digo eu, Maria, que esta criança não está em seu juízo, não a deixes andar por aí a dizer estas coisa que ainda temo trabalhos com a guarda.

O povo fez-se para viver sujo e esfomeado. Um povo que se lava é um povo que não trabalha, talvez nas cidades, enfim, não digo que não, mas aqui no latifúndio, vai contratado por três ou quatro semanas para longe de casa, e meses até, se assim convier a Alberto, e é ponto de honra e de homem que durante todo o tempo do contrato se não lave nem cara nem mãos, nem a barba se corte. E se o fizer, hipótese ingénua de tão improvável, pode contar com a troça dos patrões e dos próprios companheiros. É esse o luxo da época, gloriarem-se os sofredores do seu sofrimento, os escravos da escravidão. É preciso que este bicho da terra seja bicho mesmo, que de manhã some a remela da noite à remela das noites, que os sujos das mãos, da cara, dos sovacos, das virilhas, dos pés, do buraco do corpo, seja o halo glorioso do trabalho no latifúndio, é preciso que o homem esteja abaixo do animal, que esse, para se limpar, lambe-se, é preciso que o homem se degrade para que não se respeite a si próprio nem aos seus próprios."

(...)

 

José Saramago - Levantado do Chão

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 18:00

Sábado, 22.06.13

"El euro fue una de las formas por las que el neoliberalismo entró en Europa" - Boaventura de Sousa Santos -

 

Boaventura de Sousa Santos  "El euro fue una de las formas por las que el neoliberalismo entró en Europa" 

 

 

Entrevista dada a Ana Pardo de Vera do Publico.es em 16 de Junho de 2013

 

   El profesor portugués e intelectual referente para los movimientos  sociales, Boaventura de Sousa Santos, analiza para ‘Público' la crisis  de la UE y la trampa capitalista de la deuda soberana y las políticas de  austeridad para destruir el último bastión de la protección social y  laboral, Europa.

 

Boaventura de Sousa Santos es doctor en Sociología del Derecho por la Universidad de Yale y  catedrático de Sociología en la Universidad de Coímbra. Este fin de semana está en  Madrid con la Universidad Popular de los Movimientos Sociales (UPMS), una iniciativa  que llega por primera vez a España y reúne durante los dos días a más de 40  colectivos y movimientos sociales, académicos y artistas de varios  países en busca de fórmulas para organizarse y reconstruir el maltrecho sistema  democrático en Europa.

 

Se puede decir ya que el proyecto de la UE es un fracaso?

Sí. La UE era un proyecto de cohesión social para crear un bloque nuevo y fuerte; un bloque económico, político y social, con políticas de cohesión muy importantes. La UE se concibió con dos ideas muy potentes: la de no volver a las guerras mundiales, provocadas ambas por el mismo país, y la de eliminar las periferias que existían desde el siglo XV: los países nórdicos, el sur de Europa (Portugal, España e Italia), el sureste (Balcanes y Grecia) y el este europeo.

El proyecto europeo iba a poner fin a esas periferias, con políticas muy importantes de fondos estructurales que pretendían uniformar la riqueza en Europa. En este sentido, el proyecto fracasó, pero es que muchos de nosotros ya sospechábamos que esto podía pasar, porque la existencia de las periferias era demasiado larga. Sin embargo, en los primeros años de la integración europea parecía que la UE resultaba: por ejemplo, en Portugal, la renta media alcanzó el 75% de la europea en 2000; sin duda nos aproximábamos y, de pronto, todo el proceso quebró y los países ex periféricos vuelven a ser tratados como tales. Desde entonces, la lógica colectiva de construcción social, económica y política ha pasado a ser una dinámica de centro-periferia que dominó sobre todas las otra lógicas. Una lógica, además, en la que el centro ni siquiera es la Comisión Europea, sino Alemania.

La UE debe reinventarse, hay que reinventarla. De lo contrario, el futuro en Europa se presenta muy negro.

 

Y el proyecto del euro? En qué punto está?

La pregunta sobre el proyecto del euro no es si fracasó o no, sino qué es lo que se pretendía con él. Y en este caso, existió la trampa desde el inicio, porque el euro fue una de las formas en que el neoliberalismo internacional penetró en Europa, que hasta entonces, era el bastión de defensa del Estado social; el único donde el neoliberalismo no había entrado gracias a que los países tenían partidos socialistas y -también a veces en la oposición- partidos comunistas, ambos muy fuertes. Los partidos venían de una tradición socialdemócrata muy arraigada que exigía educación pública, sanidad pública o sistema de pensiones públicos, por lo que la resistencia a que el neoliberalismo entrase país a país era muy grande. Por eso no penetró así, sino que lo hizo por encima: a través de la Comisión primero, por el Banco Central Europeo (BCE) después y por el euro finalmente.

 

 “La democracia en Europa está suspendida y derrotada por el capitalismo”

 

Mediante la construcción neoliberal del euro y el BCE, el país dominante desde entonces - Alemania - ha puesto sus reglas y la moneda es definida en su valor internacional de acuerdo a los intereses económicos de Alemania, y no a los intereses de Portugal o España, por ejemplo. A los países del sur, increíblemente, nunca se les ocurrió la idea de que pudiera ocurrir esto, porque se creyeron lo de que estaban en un bloque político y económico, en donde no había deuda griega o española o portuguesa, sino que existía la cohesión y nunca habría especulación. Sin embargo, debido a los intereses de sus bancos, Alemania decidió que sí habría deuda griega, irlandesa, portuguesa o española, con lo que hizo a estos países muy débiles, sin que Europa les diese garantías y promoviendo la especulación financiera al transmitir la idea de que estos países sólo encontrarían la solución después de una intervención brutal.

 

Una intervención que no ha servido para nada y que ahora, parece que empiezan a reconocerlo así quienes la impusieron. Estamos ante una improvisación o el juego está totalmente calculado?

Es más trágico todavía, porque no es nada nuevo. El problema de Europa es que ni tiene nada que enseñar al mundo ni puede aprender con el mundo. Nada que enseñar porque la sequía de ideas, novedades o alternativas aquí es total y nada que aprender porque la arrogancia colonial de este continente es absoluta también y no le permite aprender. Por ejemplo, cuando decimos: "En Brasil, Argentina o Ecuador se hizo así", y enseguida nos respondemos: "Ésos son países menos desarrollados".

 

Seguimos con ese sentimiento de superioridad?

Seguimos con esa arrogancia colonial, sí. Y no lo tomamos en serio, pero es que eso que ha dicho el FMI hoy, lo dijo en Tanzania, Mozambique e Indonesia antes, lo conozco bien. Lo de aplicar las medidas y después, decidir que fueron excesivas es recurrente. Y una agencia  que ha aplicado unas medidas que han generado tanta pobreza, tanto sufrimiento en los países, debería ser demandada ante los tribunales; y ya no digo por un delito criminal, pero al menos, sí por negligencia. Tiene que haber una reparación civil para los países afectados, porque, además, dicen que cometieron un error con sus políticas y las siguen aplicando.

 

 “Tiene que haber una reparación civil para los países afectados por las medidas de austeridad”

 

No hay propósito de la enmienda...

Ninguno. Pero es que, además, a la UE no le gusta que el FMI se retracte, porque está comprometida con las políticas de austeridad y si en Alemania se percibe que son negativas, Angela Merkel puede perder las elecciones. Todo está organizado para que nada cambie hasta las elecciones alemanas, por lo que Italia, Grecia, Portugal o España deben esperar y lo hacen, digo yo siempre, con una democracia suspendida.

 

Y los ciudadanos que sufrimos los recortes, qué podemos hacer? También hemos de esperar a que transcurran las elecciones alemanas para presionar a nuestros gobiernos y que hagan algo, en su caso?

Los gobiernos no van a hacer nada, porque como digo, son completamente dependientes del mandato alemán. Y aunque la gente rechaza esto, no lo hace de una manera fuerte y articulada. Este fin de semana, con el proyecto de la Universidad Popular de los Movimientos Sociales (UPMS), precisamente, estamos intentando ver cómo se puede resistir, conociendo las diferencias de los distintos grupos, averiguando por qué unos están interesados en una medida y otros en otra o por qué algunos creen que se debería crear un partido y otros no. La semana pasada, en Portugal, estuve trabajando en una iniciativa con el ex presidente de la República, Mario Soares, a través de la cual juntamos a 600 personas en una sala para pedir la caída del Gobierno actual, elecciones anticipadas y un Ejecutivo de izquierdas. Fue la primera vez, después del 25 de abril, que conseguimos juntar a representantes del Partido Comunista, del Socialista y del Bloque de Izquierda para formar una alternativa de izquierdas. Aunque sabíamos que por razones históricas es muy difícil lograrlo.

 

Como en España...

Aquí también, aquí también... Y en Portugal, al final, nos dimos cuenta de que era imposible, que jamás habría una alternativa de izquierdas. Por qué? Porque, por un lado, Bloque de Izquierda y Partido Comunista quieren renegociar la deuda y, además, han concluido que parte de esta deuda no se puede pagar - es el 130% del PIB -, o abocaremos al empobrecimiento a las generaciones siguientes. Todo el dinero que entra de la troika va a pagar la deuda, ni un céntimo va para la salud o el hogar de las personas.

 

 “El movimiento para democratizar la democracia a veces resultará violento contra la propiedad y, a veces, ilegal”

 

Por otro lado, el Partido Socialista, que está dominado por la lógica del neoliberalismo desde hace tiempo, quiere ser Gobierno, además, en el marco europeo dominado asimismo por el neoliberalismo. Por tanto, propugna que de negociar la deuda, nada: hay que pagarla toda, aunque se negocie sobre las tasas y los periodos de pago, por ejemplo.

 

Y ahí se acaba el objetivo de la reunión, unir a la izquierda.

Ahí se acabó.

 

Cómo ve en España a los partidos de izquierdas?

La misma división, aunque en Portugal es más grave, porque... Quiénes fueron los invitados españoles a la reunión de Club Bilderberg en Hertfordshire (Reino Unido)?

 

El ministro de Economía, Luis de Guindos; el consejero delegado del Grupo Prisa, Juan Luis Cebrián; el de Inditex, Pablo Isla,... Por qué?

Porque la asistencia desde Portugal fue muy interesante, muy ilustrativa sobre el futuro: acudieron al Bilderberg el secretario del Partido Socialista y el secretario del partido de derechas que está en el Gobierno, o sea, que la elite internacional ya ha decidido las elecciones. Los portugueses van a trabajar hasta las próximas elecciones, luchando para que haya un Gobierno de izquierdas - idiotas ellos -, las elecciones ya están decididas y los socialistas comulgan con eso. Por eso, yo creo que en Europa vamos a entrar en un periodo cada vez más duro y con más recortes; yo le llamo un periodo post institucional (‘Después de las instituciones'), porque las instituciones del Estado no responden y la gente no se siente representada por estas instituciones.

 

Qué podemos esperar de un periodo así?

Será un periodo turbulento y largo, a mi juicio, y será una lucha por la redefinición de la democracia. No es casualidad que los jóvenes aquí en España o en Portugal hablen de Democracia Real o apelen a la Democracia Ya, porque la democracia en Europa está suspendida y derrotada. Ha habido un conflicto entre democracia representativa y capitalismo y ha ganado el capital.

 

Y hay alguna posibilidad de que se levante de nuevo la democracia?

Sólo cuando el capitalismo tenga miedo. Hasta ahora, los bancos han sido rescatados con dinero público, pero no habrá posibilidad de rescatarlos de la misma manera otra vez, a menos que los ciudadanos sean reducidos a la condición de esclavos. Puede haber una catástrofe y tenemos que luchar antes de que llegue, buscando todos los errores que se cometieron en las políticas progresistas de Europa. Por ejemplo, creer que sólo un pequeño grupo en cada país era politizado: los miembros de partidos, ONGs o de movimientos sociales. El resto de ciudadanos era una masa informe, despolitizados que no tenían ninguna relevancia política, pero que son los que están ahora en la calle.

 

"En Europa, ha habido un conflicto entre democracia representativa y capitalismo y ha ganado el capital"

 

De ellos va a venir el futuro; la transformación democrática va a llegar de la mano de todos los indignados: pensionistas, jóvenes, médicos, profesionales,... que implican, además, una unión intergeneracional que antes no existía y que tienen que llevar a cabo una revolución democrática; la necesitamos para no llegar a la catástrofe.

 

Cómo se aborda una revolución democrática en la situación actual? Qué significado tiene más allá de los términos?

Significa democratizar la democracia a través de un movimiento popular muy fuerte, que a veces resultará violento, aunque nunca contra las personas, y a veces resultará ilegal, porque una de las características de los Estados neoliberales es ser cada vez más represivos.

 

Con ser violentos se refiere, por ejemplo, a los escraches y con ser ilegales, a iniciativas como Rodea el Congreso?

Sí, hay que fortalecer todos esos movimientos.

 

También el 15M en su conjunto? Hay quien tiene la percepción de que es un movimiento que nació con mucho ímpetu y se ha ido desinflando, perdiendo fuerza. Tal vez porque ya es España un país resignado?

No creo que seamos - e incluyo a mi país, Portugal - países resignados, sino que hemos sufrido más de 40 años de dictadura; 48 años en mi país, más que en España. Mientras tanto, pasaban por nuestro lado los movimientos europeos de participación política (movimiento estudiantil, el de 1968, por la liberación de las colonias,...) Estábamos muy aislados, por eso nuestros países no tienen ahora la cultura democrática de resistencia. Por otro lado, hay elementos coyunturales que influyen en los movimientos y, por ejemplo, no podemos creer que las plazas se van a llenar igual en invierno que en primavera o verano.

 

 “Un movimiento no se construye con autonomía individual, sino con autonomía colectiva”

 

Además, los movimientos al mismo tiempo que maduran, se dividen: hay gente centrada en los desahucios, otra en la sanidad; gente que cree que se debería crear un partido, otros que no; personas que hablan de consejos populares, formas de control ciudadano,...

 

Y cómo se organiza todo eso? Con qué nos quedamos?

La revolución democrática va a tener dos pies: cambiar la democracia representativa neoliberal a través de un cambio del sistema político que conlleva, a su vez, un cambio del sistema partidos. Es decir, que conlleva la participación de independientes en el sistema político, en la regulación y financiación de los partidos, en el sistema electoral,... Hay mucho que hacer, pero sobre todo, sabiendo que la reforma nunca va a venir de los partidos, que saben que saldrán perdiendo con esto, sino que va a venir de los ciudadanos. La democracia participativa resultante - de la que ya tenemos experiencia fuera de Europa - traerá nuevas formas de actuación: referéndums, consejos populares, consejos sectoriales, presupuestos participativos a nivel local o regional, por ejemplo;... O sea, democracia directa que controle a los elegidos, que vaya más allá de la autorización a gobernar; que vaya hasta la rendición de cuentas, ésta que debe llegar de fuera, de ciudadanos organizados. El problema es que ahora no están organizados.

 

Se refiere al movimiento de los indignados? Qué crítica(s) tiene que hacerles?

Tengo varias. Primero, a las asambleas en donde se toman decisiones por consenso que pueden ser totalmente paralizantes, pues una pequeña minoría puede impedir cualquier decisión. Con fórmulas dominantes de decisión no va a haber formulación política; y sin formulación política no hay alternativas. Segundo, al sistema de gran autonomía individual que manejan (cada uno decide cuándo entra y cuándo se va, por ejemplo) y que es más semejante al neoliberalismo de lo que piensan. Un movimiento no se construye con autonomía individual, sino con autonomía colectiva. Y no la tienen. Tercero, un rasgo que estamos viendo, sobre todo, en los acampados de EEUU y en algunos de aquí: tiene más legitimidad quien se queda más tiempo acampado en la plaza. No tienen en cuenta que hay que gente que es muy buena, pero que tiene que ir a trabajar o ir a casa a atender a los niños. Son menos legítimos por eso? No, porque permanecer más tiempo en una plaza no es un criterio de legitimidad democrática.

 

Todo esto no ha impedido avanzar más al movimiento de los indignados?

Yo trabajo con ellos como intelectual de retaguardia, que es lo que me considero, y creo que en estos momentos, no son un movimiento; son presencias que no tienen propuestas muy concretas y los entiendo, porque es todo el sistema el que está podrido y quieren reconstruirlo desde abajo. Para ello, piden una nueva Constitución y eso sí es positivo; piden un impulso constituyente, algo que yo vengo defendiendo: una nueva Constitución que retire el monopolio de la representación política a los partidos; que establezca diferentes formas de propiedad, más allá de la estatal y la privada -se han perdido las formas de propiedad comunal o de cooperativa, por ejemplo-; que asiente una nueva forma de control social más articulada; una reorganización total del sistema de justicia, y una fórmula para proteger nuestras constituciones de la especulación financiera y de deudas que no se pueden pagar.

 

 “Todo está organizado para que nada cambie hasta las elecciones alemanas”

 

Esa deuda es precisamente la coartada para imponer las políticas de austeridad...

Pues mire lo que pasa en Portugal con ellas: una deuda del 130% del PIB, el desempleo creciendo y una recesión cada vez mayor. Quienes gobiernan lo saben y, por eso, yo estoy cada vez más convencido de que esto no es una crisis. Tenemos que luchar también por los términos del debate, porque esto no es una crisis: es una gran maniobra del capitalismo internacional financiero para destruir la última fortaleza que existía en el mundo de protección social y trabajo con derechos. El remedio de la crisis está empeorando la crisis o, lo que es lo mismo, el médico está matando al enfermo. Y lo peor es que no necesariamente cuanta más crisis hay, hay más resistencia. Porque hay niveles de crisis tan grande y en los que la gente está tan empobrecida, tan deprimida, que no sale a la calle; gente que se suicida, que toma ansiolíticos; gente que interioriza la crisis y se vuelve contra sí misma. Estamos entrando en ese proceso. Por eso, creo que este año va a ser decisivo para saber si tenemos energías y damos la vuelta a esto. Eso es lo que vamos a hacer este fin de semana en la UPMS, ver si podemos articular algo para generar turbulencias políticas que no permitan a estos gobiernos -estos sistemas de protectorado, en realidad- seguir gobernando.

.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 15:00

Sábado, 22.06.13

O preço do progresso e os dois Brasis - Boaventura de Sousa Santos

 

 

Boaventura de Sousa Santos  O preço do progresso e os dois Brasis

 

 

Publicado em OutrasPalavras em 20 de Junho de 2013

 

 

   Com a eleição da Presidente Dilma Roussef, o Brasil quis acelerar o passo para se tornar uma potência global. Muitas das iniciativas nesse sentido vinham de trás mas tiveram um novo impulso: Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, Rio +20, em 2012, Campeonato do Mundo de Futebol em 2014, Jogos Olímpicos em 2016, luta por lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, papel ativo no crescente protagonismo das “economias emergentes”, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), nomeação de José Graziano da Silva para diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 2012, e de Roberto Azevedo para diretor-geral da Organização Mundial de Comércio, a partir de 2013, uma política agressiva de exploração dos recursos naturais, tanto no Brasil como em África, nomeadamente em Moçambique, favorecimento da grande agricultura industrial sobretudo para a produção de soja, agro-combustíveis e a criação de gado.

Beneficiando de uma boa imagem pública internacional granjeada pelo Presidente Lula e as suas políticas de inclusão social, este Brasil desenvolvimentista impôs-se ao mundo como uma potência de tipo novo, benévola e inclusiva. Não podia, pois, ser maior a surpresa internacional perante as manifestações que na última semana levaram para a rua centenas de milhares de pessoas nas principais cidades do país.

Enquanto perante as recentes manifestações na Turquia foi imediata a leitura sobre as “duas Turquias”, no caso do Brasil foi mais difícil reconhecer a existência de “dois Brasis”. Mas ela aí está aos olhos de todos. A dificuldade em reconhecê-la reside na própria natureza do “outro Brasil”, um Brasil furtivo a análises simplistas. Esse Brasil é feito de três narrativas e temporalidades. A primeira é a narrativa da exclusão social (um dos países mais desiguais do mundo), das oligarquias latifundiárias, do caciquismo violento, de elites políticas restritas e racistas, uma narrativa que remonta à colônia e se tem reproduzido sob formas sempre mutantes até hoje. A segunda narrativa é a da reivindicação da democracia participativa que remonta aos últimos 25 anos e teve os seus pontos mais altos no processo constituinte que conduziu à Constituição de 1988, nos orçamentos participativos sobre políticas urbanas em centenas de municípios, no impeachment do Presidente Collor de Mello em 1992, na criação de conselhos de cidadãos nas principais áreas de políticas públicas especialmente na saúde e educação aos diferentes níveis da ação estatal (municipal, estadual e federal). A terceira narrativa tem apenas dez anos de idade e diz respeito às vastas políticas de inclusão social adotadas pelo Presidente Lula da Silva a partir de 2003 e que levaram a uma significativa redução da pobreza, à criação de uma classe média com elevado pendor consumista, ao reconhecimento da discriminação racial contra a população afrodescendente e indígena.

O que aconteceu desde que a Presidente Dilma assumiu funções foi a desaceleração ou mesmo estancamento das duas últimas narrativas. E como em política não há vazio, o espaço que elas foram deixando de baldio foi sendo aproveitado pela primeira e mais antiga narrativa que ganhou novo vigor sob as novas roupagens do desenvolvimento capitalista todo o custo, e as novas (e velhas) formas de corrupção. As formas de democracia participativa foram cooptadas, neutralizadas no domínio das grandes infraestruturas e megaprojetos e deixaram de motivar as gerações mais novas. As políticas de inclusão social esgotaram-se e deixaram de corresponder às expectativas de quem se sentia merecedor de mais e melhor. A qualidade de vida urbana piorou em nome dos eventos de prestígio internacional que absorveram os investimentos que deviam melhorar transportes, educação e serviços públicos em geral. O racismo mostrou a sua persistência no tecido social e nas forças policiais. Aumentou o assassinato de líderes indígenas e camponeses, demonizados pelo poder político como “obstáculos ao desenvolvimento”.

A Presidente Dilma foi o termômetro desta mudança insidiosa. Assumiu uma atitude de indisfarçável hostilidade aos movimentos sociais e aos povos indígenas, uma mudança drástica em relação ao seu antecessor. Lutou contra a corrupção, mas deixou para os parceiros políticos mais conservadores as agendas que considerou menos importantes. Foi assim que a Comissão de Direitos Humanos, historicamente comprometida com os direitos das minorias, foi entregue a um pastor evangélico homofóbico e promove uma proposta legislativa conhecida como “cura gay”. As manifestações revelam que, longe de ter sido o país que acordou, foi a Presidente quem acordou. Com os olhos postos na experiência internacional e também nas eleições presidenciais de 2014, a Presidente Dilma tornou claro que as respostas repressivas só agudizam os conflitos e isolam os governos. No mesmo sentido, os prefeitos de nove capitais já decidiram baixar o preço dos transportes. É apenas um começo. Para ele ser consistente é necessário que as duas narrativas (democracia participativa e inclusão social intercultural) retomem o dinamismo que já tiveram. Se assim for, o Brasil estará a mostrar ao mundo que só merece a pena pagar o preço do progresso aprofundando a democracia, redistribuindo a riqueza criada e reconhecendo a diferença cultural e política daqueles para quem progresso sem dignidade é retrocesso.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 08:00

Sexta-feira, 21.06.13

Les musiciens - Georges Moustaki

 
 

Georges Moustaki  Les musiciens

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 21:00

Sexta-feira, 21.06.13

A cinéfila - Carla Romualdo

 

Carla Romualdo  A cinéfila

 

(Adão Cruz)

 

 

   Nos grandes armazéns da rua Preciados, a um sábado pela tarde, quando caem os primeiros pingos grossos de chuva – pérolas de gelo, prenúncio da neve que cairá nuns dias mais -, nos grandes armazéns, dizia, depósito sem alma de livros e música, empilhados em quatro andares sem um único recanto onde sentar-se, cruzo-me com a mulher que um dia imaginei e que afinal existia, ou talvez tenha passado a existir nesse momento em que a pensei, talvez tenha irrompido nesse dia pelo mundo, com cinquenta anos feitos, com uma biografia, uma infância que lhe enche as molduras de fotos que terá na sala, um passado que a trouxe até aqui, a este sábado à tarde em pleno Inverno, nos grandes armazéns da rua Preciados.

Chamar-se-á Gloria ou Rocío ou Blanca, ou outro nome luminoso e festivo, porque seria demasiado cruel chamar-lhe Soledad.

Coloco-me atrás dela na caixa e espreito sem vergonha os artigos que pousa sobre o balcão, menos por coscuvilhice do que para confirmar o que já conheço, o que imaginei certo dia, longe da rua Preciados e dos seus grandes armazéns.

“How green was my valley”, “It’s a wonderful life”, “The magnificent Ambersons”, “Meet John Doe”. Pousa-os um por um com carinho no balcão, como se desfrutasse já da sua companhia, como se sentisse já por cada um a ternura que nos une a um velho amigo, como se de cada um conhecesse as virtudes e as manias, e tomasse ambas com o enternecimento risonho que reservamos aos que nos são muito queridos.

O funcionário da caixa desliza-os suavemente pelo tapete e pousa-os com cuidado após o bip do leitor de código de barras, e Rocío (porque afinal me decidi chamar-lhe assim, Rocío, orvalho, frescura da manhã) olha o rapaz com gratidão, pressente-o conhecedor desses comuns segredos que outros não vêem, por mais que se desfilem frente aos seus olhos, estende-lhe o cartão com um quase imperceptível tremor nos dedos, ele passa-o na máquina, ela digita o código, a operação desenrola-se sem uma única troca de olhares, e quando a máquina debita o seu talão, já ele guardou tudo numa bolsa de papel reciclado, agora que os sacos de plástico se fizeram malditos, e só então se olham fugazmente, murmurando um agradecimento mútuo.

E eu perco Rocío para sempre, mas sei, porque a conheço, que ela passará o fim-de-semana em casa, com o iogurte de meio quilo sobre os joelhos, as persianas semicerradas para que a luz não entre, e porque o mundo de fora lhe interessa cada vez menos à medida que o outro, o seu, se vai ampliando.

E enquanto George Bailey corre a cidade em desespero, e Rocío se encolhe no sofá, reconfortada na sua tristeza, eu penso como seria o dia de hoje na rua Preciados se Rocío nunca tivesse nascido, se não houvesse esta tarde em que coincidimos nos grandes armazéns e eu a deixei fugir para sempre sem saber que a inventei. 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 19:00




Pesquisar

Pesquisar no Blog  

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Anónimo

    Porto é melhor que Benfica, isto é uma prova clara

  • SOL da Esteva

    Magnífica verdade,"[...] que viver dos outros impl...

  • Inês

    Obrigada! Texto maravilhoso a ler e reler! Desde p...

  • lucindaduarte

    Muito interessante este texto do Raul Brandão. Que...

  • Augusta Clara

    Desculpe, mas isto é demasiado grande para ser o c...


Links

Artes, Letras e Ciências

Culinária

Editoras

Filmes

Jornais e Revistas

Política e Sociedade

Revistas e suplementos literários e científicos