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Jardim das Delícias



Quinta-feira, 24.04.14

Grândola, Vila Morena - José Afonso

 

Grândola, Vila Morena

 

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por Augusta Clara às 23:55

Quinta-feira, 24.04.14

Como Se Faz Um Canalha - José Afonso

 

José Afonso  Como Se Faz Um Canalha

 

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por Augusta Clara às 23:00

Quinta-feira, 24.04.14

O País Vai de Carrinho - José Afonso

 

José Afonso  O País Vai de Carrinho

 

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por Augusta Clara às 22:00

Quinta-feira, 24.04.14

Lembrando Miguel Portas

 

Faz dois anos que partiu

 

.

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por Augusta Clara às 20:30

Quinta-feira, 24.04.14

CRAVO - José Emílio-Nelson

 

José Emílio-Nelson  CRAVO

 

 

Cravo, é um cravo?

(Dão-lhe urinas.

Eles morrerão, os que o perderam.)

A sua sombra solar.

Não lhe sentes o perfume?

 

Cravo é uma rosa macerada.

Quantos lhe guardam a semente?

 

Nunca acabará o cravo perdurável

Na sanguificação que derrama as pétalas.

E se for a tempo

Para romper.

 

Justo.

Ascende,

Perdura.

 

[Escrito para uma Antologia comemorativa dos 40 anos do 25 de Abril, organizada e editada pela Associação Portuguesa de Escritores.]

 

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por Augusta Clara às 18:00

Quinta-feira, 24.04.14

O "JORNALISTAS SEM FRONTEIRAS" chega às 0 horas de 25 de Abril de 2014

 

 

 

25 DE ABRIL, 0 HORAS, www.jornalistassemfronteiras.com

 

Jornalistas Sem Fronteiras nasce dentro de horas, ao bater do Grândola nos 40 anos de Abril.

 

Deixo-vos o ESTATUTO EDITORIAL

 

Jornalistas Sem Fronteiras é um jornal online de âmbito internacional e uma equipa de profissionais da comunicação social independentes de poderes económicos, financeiros e políticos e que orientam o seu trabalho segundo os interesses, valores e direitos do Ser Humano, pela defesa e sobrevivência do Planeta em que vivemos
A matriz da actividade profissional de Jornalistas Sem Fronteiras é a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os profissionais constituintes de Jornalistas Sem Fronteiras definem-se como cidadãos do mundo e entendem destacar os seguintes princípios que os unem e à luz dos quais se comprometem a actuar:
Os direitos e interesses dos seres humanos são sempre mais importantes do que os interesses do dinheiro, da economia e dos mercados financeiros;
A guerra não é solução para qualquer crise ou problema, mesmo quando se apresenta sob o pretexto de “guerra humanitária”, um rótulo susceptível de esconder interesses e objectivos não declarados;
Informação não é o que nos chega, pronto a divulgar e consumir. Informação é o que investigamos, descobrimos e comprovamos;
Não existe terrorismo “justo” ou “injusto”. Terrorismo é sempre terrorismo, mesmo quando praticado, financiado, encorajado e organizado por Estados ou por uniões e/ou alianças de Estados;
A sobrevivência de populações e comunidades em qualquer região do Mundo, a qualidade de vida, a protecção ambiental e climática e a defesa global do Planeta são sempre mais importantes do que interesses económicos, energéticos, estratégicos e financeiros – públicos ou privados;
Os recursos naturais do Planeta são propriedade de todos os seres humanos que o habitam;
A liberdade de circulação é um direito inerente ao Ser Humano;
O interesse público, entendido como interesse dos cidadãos organizados de forma não discriminatória, é sempre mais importante do que interesses privados e corporativos.
Os cidadãos do mundo que constituem Jornalistas Sem Fronteiras repudiam e assumem o compromisso de denunciar qualquer discriminação e/ou atentado à liberdade e dignidade individual assentes em diferenças de género, físicas, raciais, étnicas, nacionais, políticas, relativas à religião ou crença, sociais, económicas e opção sexual;
Jornalistas Sem Fronteiras identificam a sua actividade profissional com o exercício da cidadania. Não são tecnocratas da informação;
Democracia é o direito de os cidadãos e as sociedades se organizarem livremente em defesa dos seus interesses e segundo mecanismos que garantam o respeito pela vontade manifestada. Não existe, por isso, um modelo único padronizado de Democracia nem legitimidade para o impor através de operações externas a essas sociedades.
Abril de 2014
Jornalistas Sem Fronteiras

 

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por Augusta Clara às 16:00

Quinta-feira, 24.04.14

Para o que der e vier - Baptista-Bastos

 

Baptista-Bastos  Para o que der e vier

 

 

Diário de Notícias, 23 de Abril de 2014

   A memória luminosa desses dias eles não nos conseguem tirá-la. Há qualquer coisa de sagrado nesse regresso: perdida a juventude, perdida a religião, emergia uma espécie de salvação individual em cada um. A liberdade contém algo de poderosamente indefinido, sobretudo para quem, como nós, que dela fôramos brutalmente privados. "Não quero morrer sem conhecer a cor da liberdade", cantou, melhor do que qualquer outro, o poeta Jorge de Sena. Ele conheceu essa cor, e disse-o, numa franja mágica de vida que ocultava o trágico da experiência. Mas os que alguma vez tiveram a felicidade de nela mergulhar percebem que têm de pagar um preço, por vezes triste, mareado de pequenos tormentos. O que aconteceu, a seguir aos dias resplandecentes, foi-nos dito ser a paga da nossa soberba e da nossa louca alegria. Coisa de remorsos mal emendados ou de punição por um júbilo quase perverso que nos envolveu.

Bebemos em excesso, vivemos apressadamente, deixámos a cólera de lado a fim de nos atirarmos para o vórtice dessa blasfémia de ser livres. A bebedeira dos sentimentos nascia da proibição dos sentidos a que tínhamos sido obrigados, e descobrimos, espantadíssimos, que a noite era um outro mundo. A noite, ah!, a noite, um outro mundo repleto de surpresas, couto de todos os sonhos. Pertenço a uma geração que partilhou a preocupação de não suprimir a ética das relações. Pertenço a uma grande geração que provou o tempo, e o bebeu quase até à última gota. Estes que tais não entendem o registo desses sentimentos, nem a grandeza secreta das nossas emoções e a dimensão da nossa história. Fomos educados para o medo e o ódio. E só havia uma resposta para este problema: lutar pela liberdade. Com que armas se o salazarismo tinha suprimido a mais elementar de todas elas: a liberdade de expressão.

Chegámos a este estado mas sabemos que não há verdades definitivas enquanto se esperam soluções provisórias. "Eles não sabem nem sonham /  que o sonho comanda a vida" disse António Gedeão. E também não sabem que são aparentes vencedores. Ouvir para lá do que dizem as palavras. Perceber o que se oculta nas conversas, eis.

Aprendemos, com Abril, o que apenas pressentíamos. Nas tertúlias, nos cafés, os encontros constituíam um ponto para tomadas de consciência e de reflexão. A vida do espírito que promovia o espírito da vida através do conhecimento, da paixão da liberdade e da vontade de combater quem e o que se lhe opusesse. Ouço-os e penso: quem acredita nestes insignificantes, quem vai atrás desta gente que possui da verdade um conceito obscuro; quem?

Temos passado por uma violência sem nome, por uma tenaz que nos destrói e aos próprios laços sociais. Porém, como disse, um dia, o Manuel da Fonseca: cá estamos para o que der e vier.

 

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por Augusta Clara às 14:00

Quinta-feira, 24.04.14

Todos os Rios vão dar ao Carmo - concentração hoje às 23 horas

 

Todos os Rios vão dar ao Carmo

 

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por Augusta Clara às 12:00

Quinta-feira, 24.04.14

Estado quase novo - Fernanda Câncio

 

Fernanda Câncio  Estado quase novo

 

 

Diário de Notícias, 11 de Abril de 2014

 

   Era um regime porreirito. É certo que tinha de acabar pela força, e que é uma vergonha que quem mandava e os membros da polícia política não tivessem sido castigados; inclusive o dia em que caiu foi o mais importante da nossa história. Mas estava-se bem, no Estado Novo.

É o que se conclui do inquérito efetuado em janeiro pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa em colaboração com o Expresso e por este divulgado: 42% dos respondentes dizem que o Estado Novo teve mais coisas negativas do que positivas; 28% acham que foi meio/meio e 19% que foram mais as coisas positivas. Ou seja, a maioria - 47% - vê um regime bom ou assim-assim. Os mesmos inquiridos acham porém que os responsáveis do regime deposto a 25 de abril - dia mais importante da história portuguesa para 59% - deviam ter sido julgados (56%); 45% que não foi feita justiça em relação aos pides (31% não sabem - saberão o que seja a PIDE?) e, não fosse aquele golpe a mandar a coisa abaixo, 55% acreditam que outro o faria brevemente.

Não conhecendo o resto do estudo, a ser apresentado numa conferência, anseio por saber se aos 1254 inquiridos foi pedido para explicarem por que raio acham que um regime tão anódino, quiçá simpático, deveria ter sido derrubado e os seus responsáveis castigados, assim como quais seriam, concretamente, os seus aspetos positivos e negativos. Já como a maioria dos respondentes valorizam a ideia de democracia não preciso que perguntem.

Nada disto é novidade, tendo em vista o que se ouve em fóruns radiofónicos e televisivos? Certo, mas evidência científica é outra coisa. Concluir disto o quê? O típico colunista/taxista português assacará, enojado, a "culpa" aos "políticos", essa raça de malandros que, claro, só medra na democracia (Salazar devia ser limpa-chaminés) e "deu cabo dela". Eu, perdoem, culpo a democracia. Esta nostalgia vingativa, que valoriza um passado miserável para desvalorizar o presente, esta espécie de iliteracia dos direitos é, paradoxalmente, obra dela. Mudou-nos tanto e tão completamente, fez--nos tão outros, tão outro País, permite-nos tomar tanta coisa por certa que já não somos, como comunidade, capazes de imaginar (ou lembrar, que é imaginar) o que é estar ou ser sem. Voltar atrás é tão impensável que podemos até brincar, namorar com isso.

Cuidado, porém: todos os impensáveis sucedem também por ninguém acreditar que sejam possíveis. Os impensáveis bons, como o 25 de Abril, e os outros.

 

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por Augusta Clara às 08:00



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