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Jardim das Delícias



Sexta-feira, 18.07.14

Song for Palestine - Roger Waters

 

Roger Waters  Song for Palestine

 

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por Augusta Clara às 21:00

Sexta-feira, 18.07.14

Vem comigo comer amendoim - Adão Cruz

 

Adão Cruz  Vem comigo comer amendoim

 

 

(Adão Cruz)

 

 

Vem comigo comer amendoim

nas portas que abrem e se abrem

nas portas que fecham e se fecham

nas jornadas de fracasso

saídas para a rua

entradas para a luz e para a noite

nos palpites

convites

decisões

nas expectativas incríveis

de corações mortos a prazo.

 

Não ser capaz

parece não matar nem ferir

mas faz sentir a vergonha

de não falar

de perder o pensar

de rasgar textos profundos

de inflectir a direcção

e descrer em outros mundos.

 

(in Vem Comigo Comer Amendoim, 1994)

 

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por Augusta Clara às 19:00

Sexta-feira, 18.07.14

Morreu o escritor português Fernando Correia da Silva (1931-2014)

 

 

(texto publicado por Francisco Louçã)

 

   Fernando Correia da Silva nasce em Lisboa, em 1931. Ainda nos anos 40 participa na campanha de Norton de Matos, milita no MUD Juvenil e é detido em Caxias. Edita em 1950 o seu primeiro livro de poemas, Colheita. Em 1952, com Alexandre O'Neill, publica A POMBA, jornal clandestino de poesia militante.

No exterior, com Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Vasco Cabral, declara-se pró-independência das colónias africanas. Regressa a Portugal, mas sob perseguição da PIDE, abandona o curso de Económicas e exila-se no Brasil.

No jornal Folha de São Paulo concebe e dirige a Folhinha, o suplemento infantil publicado ainda hoje. É um dos fundadores do jornal antifascista Portugal Democrático. Com Jorge de Sena, Casais Monteiro, Sidónio Muralha, Fernando Lemos e escritores e artistas brasileiros tais como Maria Bonomi, Guilherme Figueiredo e Cecília Meireles, funda em S. Paulo a Giroflé, editora infantil.

Após o golpe militar de 1964, trabalha numa indústria em Fortaleza, no estado do Ceará. No Nordeste, verifica "a ostentação e a miséria, vampirismo sem disfarces", como refere na sua nota biografia, publicada no site Vidas Lusófonas. De regresso a S. Paulo, aprende e aplica as técnicas da racionalização industrial.

Com o 25 de abril, regressa a Portugal e dedica-se ao movimento das cooperativas de produção.

De entre as suas obras destacam-se os romances "Mata Cães" (1986), em torno de um herói pícaro a desembarcar em pleno Abril de 74 e, dez anos depois, "Querença". Em 1998 e 2000 publicou "Maresia" e "Lianor".

Fundou em 1998 e coordenou até hoje o site de biografias Vidas Lusófonas. Foi pai e avô dos cineastas Edgar Feldman e João Salaviza.

 

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por Augusta Clara às 17:00

Sexta-feira, 18.07.14

As crianças mortas em Gaza: o bombardeamento filmado por uma equipa da TF1

 

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por Augusta Clara às 10:00

Sexta-feira, 18.07.14

Doze factos sobre a ocupação ilegal da Palestina por Israel - Alfredo Barroso

 

 

Alfredo Barroso  Doze factos sobre a ocupação ilegal da Palestina por Israel

 

 

17 de Julho de 2014

 

   São factos como estes que a seguir se enumeram, que nos devem levar a desconfiar, de cada vez que lemos e ouvimos os media ocidentais anunciar que «terroristas palestinianos lançam mísseis contra Israel» ou que «o conflito entre Palestina e Israel provoca centenas de mortos». É que o território palestiniano de Gaza não tem exército, força aérea ou marinha, ao passo que Israel é a quarta potência militar do mundo. A resistência à ocupação israelita é permitida pelo Direito Internacional, ao passo que a ocupação, o cerco e a punição colectiva de Gaza por Israel, não é permitida.

1 – Só no primeiro dia deste novo massacre (Julho de 2014) foram realizados 273 ataques aéreos (cerca de 11 por hora) numa área de 40 km de comprimento por 12 km de largura, povoada por 1,7 milhões de pessoas (uma das áreas mais densamente povoadas do mundo). Imaginem a catástrofe que é uma área tão exígua com uma população tão grande como esta, sofrer um pesado bombardeamento aéreo de 6 em 6 minutos. A estimativa dos hospitais á a de ficarem sem recursos para atender os feridos ao fim de poucos dias. A electricidade é intermitente e não existe qualquer indicação de que Israel parará o massacre, apesar dos pedidos de diversas nações do mundo.

2 – Embora o Acordo de Paz firmado em 1948 entre a Palestina e Israel (país que estava a ser criado naquele momento) garantisse a divisão quase igualitária do território entre estes dois países (55% para Israel e 45% para a Palestina), desde 1967 (ano da Guerra dos Seis Dias) que Israel ocupa ilegalmente os territórios palestinianos, restringindo cada dia mais o seu tamanho. Ainda no ano de 2012, Israel já ocupava 78% do território e este número não pára de crescer. Cada dia que Israel anexa e permanece em territórios palestinianos ocupados é uma afronta aos Direitos Humanos e ao acordo internacional que poderia trazer finalmente paz para aquela região.

3 – A ocupação israelita é selectiva, roubando aos palestinianos as terras férteis, com acesso a água e recursos naturais, inviabilizando qualquer hipótese de subsistência ou desenvolvimento soberano. Hoje, os territórios palestinianos dependem de Israel para ter acesso a tudo (água, energia, alimentação, telecomunicações etc.). Israel açambarcou o peixe das populações palestinianas proibindo-as de pescar.

4 – Todo tipo de ajuda humanitária precisa de passar primeiro por Israel, que proíbe visitas de activistas dos Direitos Humanos e pessoas interessadas em diminuir o sofrimento dos palestinianos. Existem casos de activistas que morreram tentando impedir a demolição de casas palestinianas em locais que estavam a ser invadidos e ocupados por Israel. O caso de Rachel Corrie, que foi esmagada a sangue-frio por um tractor que estava a demolir casas palestinianas em áreas ilegalmente ocupadas por Israel, é emblemático. Em 2012, um tribunal israelita isentou de toda e qualquer culpa o autor do homicídio, alegando culpa da vítima e não do soldado que assumiu o controlo do tractor depois do trabalhador que o conduzia se ter recusado a passar por cima da jovem militante.

5 – A Faixa de Gaza está situada no litoral do Mediterrâneo. No entanto, não é possível enviar ajuda por mar ao povo palestiniano, porque Israel o proíbe. Em 2010, um corajoso grupo de onze activistas dos Direitos Humanos, oriundos de diversas partes do mundo (incluindo uma vencedora do Nobel da Paz, Mairead Corrigan, uma das poucas premiadas que realmente merecia tal honra) conseguiu fretar um navio para levar comida e materiais escolares para a Faixa de Gaza pelo mar. Embora o navio, baptizado com o nome de Rachel Corrie, já tivesse sido inspeccionado pela ONU e por autoridades iraquianas, com pedidos do governo irlandês para que não fosse interceptado, foi apresado violentamente por tropas israelitas, que impediram sua chegada, prendendo e deportando toda a sua tripulação. Não foi a primeira nem a última vez que isto aconteceu, envolvendo casos de assassinatos de activistas nas invasões e apresamentos de barcos.

6 – Para garantir que o povo palestiniano não fuja e tente recuperar as suas terras definidas pelo acordo de 1948 da ONU, Israel construiu um muro em redor da Faixa de Gaza. É isso mesmo: a Faixa de Gaza é cercada por Israel em toda a volta através de um muro blindado de 5 metros de altura apelidado pela comunidade internacional de «Muro da Vergonha». Mantém, assim, os sobreviventes da Faixa de Gaza numa prisão sem tecto que lembra muito o Gueto de Varsóvia, local onde os judeus polacos foram colocados pela Alemanha nazi durante a II Guerra Mundial, e sofreram as mais duras violações de Direitos Humanos. Infelizmente, Israel faz hoje com o povo palestiniano algo muito parecido com o que fez a Alemanha nazi durante o holocausto. Todavia, a resistência judaica no Gueto de Varsóvia é tratada como algo heróico e lembrada na história, nos livros e nos filmes. Ao passo que a resistência palestiniana é tratada como terrorismo e usada como justificação para mais e mais atrocidades cometidas pelo Estado de Israel.

7 – Quando um cidadão normal quer viajar, ou quando acha que tem de emigrar porque as condições no seu país estão muito difíceis, esse cidadão pode ir para outro país e regressar ao seu quando quiser. Mas esta não é uma opção para os sobreviventes da Faixa de Gaza. Pelo contrário, Israel procura por todas as formas que o povo palestiniano abandone o seu país e vá para campos de refugiados em outros países, pois, uma vez lá fora, o Estado judaico já não os deixa regressar. É uma verdadeira crise humanitária, pois milhares de famílias estão separadas há gerações, sem nenhuma perspectiva de algum dia se reunirem regressando ao seu país de origem. A negação do direito de regresso é uma das grandes violações cometidas pelo Estado de Israel contra o povo palestiniano.

8 – Israel é o país que recebe mais «ajuda militar» dos Estados Unidos desde o final da II Guerra Mundial: em média, 1.800 milhões de dólares por ano. Desde o seu nascimento, Israel consolidou-se como um dos mais poderosos e destruidores exércitos do mundo (é a quarta maior potência, segundo a maioria dos especialistas). Apesar de seu elevado potencial nuclear (e da sua propensão para as agressões e conflitos), Israel recusou-se a assinar grande parte dos tratados internacionais que envolvem a não-proliferação de armas nucleares, utilização de armas que causam danos a civis, entre outras violações dos Direitos Humanos mais básicos.

9 – Ao contrário do que se diz, não foram os árabes que «inventaram» o terrorismo como forma de luta. Pelo contrário, o ataque indiscriminado a alvos civis para causar terror foi algo muito praticado pelos judeus entre 1910 e 1950. No entanto, enquanto movimentos populares, partidos políticos e grupos de resistência árabes são condenados por unanimidade pelas potências ocidentais (que também praticam violações de Direitos Humanos por todo o mundo), os movimentos terroristas judaicos (tratados hoje na história como «heróicos») tiveram total apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido, com armas, logística e equipamentos. Apoio, aliás, que os actuais governos israelitas, violadores dos Direitos Humanos, também possuem.

10 – O «lobby» israelita para tornar invisível o povo palestiniano e o seu país é tão poderoso que consegue manter a Palestina ocupada quase como sendo um não-país. E a verdade é que a Palestina levou 64 anos, desde a criação de Israel, para ser finalmente reconhecida em 2012 como Estado com o estatuto de «observador» na ONU. E esta mera aceitação como «observador» foi, mesmo assim, motivo de protesto por Israel e pelos Estados Unidos, que ameaçaram deixar de contribuir para o orçamento da ONU depois de perderem a votação por 138 votos contra 9 (votações parecidas com as que reclamam o fim do bloqueio económico a Cuba por parte dos Estados Unidos, até hoje não cumprido). Vergonhosamente, apesar deste ínfimo progresso, a Palestina ainda não foi reconhecida como membro de pleno direito da ONU, a qual não tem qualquer poder para pôr cobro às sucessivas violações dos Direitos Humanos por parte de Israel.

11 – Nas suas agressões militares, Israel utiliza armas que foram proibidas pela ONU, como o fósforo branco. Desde 2006, quando tentou invadir o Líbano e foi derrotado pelo Hezbollah (que significa «Partido do Povo», em árabe), crescem as denúncias de que o exército israelita estaria a utilizar essas armas em locais densamente povoados, causando terríveis efeitos sobre a população civil.

12 – Outra prática vergonhosa e muito utilizada por Israel e outras potências são os «auto-atentados», ou seja, provocar ou simular um incidente para que ele seja utilizado como justificação para ataques a outras nações ou populações. Esta táctica para garantir apoio popular local e internacional foi muito utilizada na história de Israel. Basta lembrar um episódio ocorrido em 2006, quando foi divulgado que um «cidadão israelita», Gilad Shalit, tinha sido sequestrado pelos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, dando início à Guerra em que Israel matou milhares de civis, apoderou-se de diversos territórios palestinianos na Cisjordânia e tentou apoderar-se do Líbano! Depois não conseguiram esconder que, afinal, Gilad Shalit era um soldado israelita, infiltrado no território palestiniano para espiar e divulgar a localização dos chefes do Hamas, e assim bombardear as suas casas com maior precisão.

 

(Texto adaptado de http://www.insugencia.org)

 

 

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por Augusta Clara às 08:00



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