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Jardim das Delícias



Quinta-feira, 30.04.15

Não há só tangos em Paris - Cristina Branco

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Cristina Branco  Não há só tangos em Paris

 

 

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por Augusta Clara às 21:00

Quinta-feira, 30.04.15

Reflexo - Ana Luiza Amaral

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Ana Luiza  Amaral  Reflexo

 

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(William Orpen)

 

Olho-te pelo reflexo
Do vidro
E o coração da noite

E o meu desejo de ti
São lágrimas por dentro,
Tão doídas e fundas
Que se não fosse:

o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,

invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti.

 

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por Augusta Clara às 19:00

Quinta-feira, 30.04.15

VAMOS LÁ ? VAMOS ! - Telmo Vaz Pereira

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Telmo Vaz Pereira  VAMOS LÁ ? VAMOS !

 

 

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   A candidatura de Sampaio da Nóvoa, já mexe. Não só no seio da sua candidatura, mas também e principalmente, nas restantes candidaturas, as já anunciadas e as que se perfilam no horizonte.Já se percebeu que a tal falta de notoriedade, que muitos diziam ser o principal problema de Sampaio da Nóvoa, em breve deixará de ser uma contrariedade - se é que isso alguma vez representasse um handicap.

O apoio ontem demonstrado por tanta gente anónima, foi um sinal claro, de que o ex-Reitor tem o caminho aberto para reconquistar Portugal e devolver a confiança e auto-estima aos portugueses. E Passos Coelho sabe disso e está visivelmente preocupado e tem motivos para isso. O primeiro sinal claro desse nervosismo, foi a marcação propositada do conselho nacional do PSD para ontem, quase à mesma hora do anúncio de candidatura de Sampaio da Nóvoa, numa tentativa clara de desviar as atenções do que se passava no Teatro da Trindade. Falhou.

Também não passou despercebida a alteração de intenções manifestada no final dessa reunião magna no pomar dos laranjas e que contempla um eventual apoio a um candidato presidencial, ANTES DAS LEGISLATIVAS ! Isto poderá querer dizer uma de duas coisas: ou o PSD se prepara para apoiar o entertainer Marcelo Rebelo de Sousa antes de Outubro, como ele pretende, ou, numa jogada de antecipação, avança já com Rui Rio.

Em ambos os casos, Pedro Santana Lopes ficará a falar sozinho! Resta saber se Rui Rio pretende ser líder da oposição, ou apostar numa candidatura cujo desfecho é incerto, podendo hipotecar o seu futuro político imediato (perdendo as presidenciais, não poderá ser líder do PSD). Uma coisa parece ser certa; o candidato da direita, vai ser escolhido por dois partidos, PSD e CDS.

E Santana Lopes - o tal que quando era Secretário-de-estado da Coltura do governo de Cavaco Silva (tal mestre, tal aprendiz), disse um dia: “adoro ouvir os violinos de Chopin” - vai ficar sentado à espera de ouvir os tais violinos, ou escolhe os peões e vai a jogo?

 

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por Augusta Clara às 16:15

Quinta-feira, 30.04.15

Discurso de candidatura à Presidência da República do Prof. Sampaio da Nóvoa

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por Augusta Clara às 12:00

Quinta-feira, 30.04.15

Menina de 12 anos… - Carlos Esperança

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Carlos Esperança  Menina de 12 anos…

 

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   Há notícias que nos oprimem entre o nojo e a indignação. Esquecemos o drama de 5 mil mortos e o desespero dos sobreviventes do Nepal, vítimas da fúria de um vulcão, os 700 mortos de muitos milhares, no Mediterrâneo, à espera de chegarem a terra, tragédias que a comunicação social nos serve diariamente, como se o nosso sofrimento pudesse aliviar as vítimas que exibem e nos comovem.A menina de 12 anos, grávida do padrasto que dela abusava desde os 6 e a violava desde os 10, internada no Hospital de Santa Maria, traz no ventre cinco meses da gravidez que ignorava e, entre a ética e a lei, sofre a adversidade de quem nunca foi menina e a quem a felicidade está vedada.

Esta é uma situação em que não gostaria de ser médico, juiz ou membro da comissão de ética do hospital, onde não importa a exegese da lei porque, na pungência deste drama, é irrelevante a jurisprudência para quem o lacera a dúvida sobre qualquer decisão.

Há nesta tragédia, onde a pobreza e a sordidez se juntam, uma criança que gera outra na ignorância do corpo que nunca foi seu, na infância que lhe roubaram. Há na injustiça da criança em formação, a reprodução do martírio de quem nasce de gente errada, quiçá na cumplicidade materna e nos odores a álcool do padrasto que roubou a inocência a quem não se apercebeu de a ter perdido.

Eu, que julgo ter direito a uma opinião, em cada circunstância, sinto-me um náufrago à deriva sem saber que boia lançar às crianças que nunca tiveram pai nem mãe, filhas dos acasos da vida e da desdita dos pobres.

 

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por Augusta Clara às 10:00

Quinta-feira, 30.04.15

Retidos e refugiados - António Guerreiro

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António Guerreiro  Retidos e refugiados

 

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Ípsilon, 24 de abril de 2015

 

   O Mediterrâneo é um mar de mortos ou a passagem mais directa para um “campo de retenção”. Na Europa, surgem por todo o lado os lugares de retenção, qualquer área pode ser convertida em campo (um campo desportivo, instalações industriais desactivadas, o corredor de um aeroporto, etc.), isto é, num espaço anómico, uma zona cinzenta posta à margem da ordem jurídica normal, onde se dá a intersecção do Estado de direito com aquilo que atenta contra ele. Em suma: onde tudo é possível. O “campo de retenção” funciona como uma plataforma preparatória de expulsão dos estrangeiros indesejáveis e, sobre o que lá se passa, os Estados europeus preferem guardar silêncio ou, quando se vêem obrigados a falar, usam o eufemismo dos “danos colaterais” de uma política necessária de “controlo dos fluxos” de imigrantes para garantir a segurança. Esta figura do “retido”, o ocupante do “campo de retenção”, é recente — pelo menos, na dimensão que tem hoje — e ainda não ganhou o estatuto político do refugiado. Nem tão-pouco ganhou o estatuto de categoria onde é possível apreender uma das configurações do nosso tempo. Quando Hannah Arendt, em 1943, escreveu um texto que tinha como título We Refugees, publicado numa revista judaica de língua inglesa, ela não só universalizou o refugiado, como o definiu como “a vanguarda do seu povo”. Como o proletariado para Marx, o refugiado foi para Hannah Arendt um novo sujeito da História. Em última análise, Hannah Arendt deu legitimidade a uma nova palavra de ordem que poderia ser assim formulada: “Nós somos todos refugiados”. A condição universal de refugiado corresponderia assim à realização do que o poeta italiano Francesco Nappo escreveu num poema: “La patria sarà quandotutti saremo stranieri”. Mas Hannah Arendt deteve-se sobretudo no que a figura do refugiado revelava potencialmente e efectivamente: a necessidade de superar os direitos humanos, tal como eles estavam estabelecidos, porque se tinha tornado evidente que os indivíduos, quando destituídos de cidadania, isto é, quando não pertencentes a nenhum Estado nacional ou quando, para fugir a perseguições e ameaças, fogem para um outro Estado, perdem também a protecção e as imunidades consagradas na declaração dos direitos humanos. A consequência a retirar deste texto de Hannah Arendt sobre os refugiados e de outros sobre o judeu como pária (e foi isso que fez um dos seus leitores, Giorgio Agamben) é a de que sem o pressuposto da cidadania os direitos humanos são uma declaração vazia. O direito adquirido pelo nascimento e pela pertença a um Estado é o último reduto do Estado-nação, cuja sobrevivência já só pode ser assegurada por este factor biopolítico. O retido, para além de estar na base do regresso e da proliferação do “campo” na Europa, sob outras condições (o campo, hoje, já não precisa de estar retirado dos lugares públicos e pode ser instituído e administrado em todo o lado), corresponde a uma outra etapa da moderna política estatal. O retido não substituiu o refugiado. Este continua a multiplicar-se numa altura em que se tornou evidente que a guerra civil mundial é a forma comum da guerra contemporânea. E esta guerra deu origem ao “campo de refugiados”, que é outra modalidade do “campo de retenção”, mas com um objectivo comum: não deixar que o “refugiado” adquira qualquer qualidade política proveniente de um direito de cidadania. Refugiados e retidos tendem assim hoje a confundir-se porque ambos estão devidamente enquadrados por uma política de exclusão e segurança que os obriga a regressar coercivamente ao lugar onde estão votados à morte.

 

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por Augusta Clara às 08:00

Quarta-feira, 29.04.15

COMO UM SONHO ACORDADO - Três Cantos

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Três Cantos  COMO UM SONHO ACORDADO

 

 

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por Augusta Clara às 21:00

Quarta-feira, 29.04.15

Soneto da chuva - Carlos Oliveira

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Carlos Oliveira  Soneto da chuva

 

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(Marc Lev)

 

Quantas vezes chorou no teu regaço
a minha infância, terra que eu pisei:
aqueles versos de agua onde os direi,
cansado como vou do teu cansaço?

Virá abril de novo, até a tua
memória se fartar das mesmas flores
numa última órbita em que fores
carregada de cinza como a lua.

Porque bebes as dores que me são dadas,
desfeito é já no vosso próprio frio
meu coração, visões abandonadas.

Deixem chover as lágrimas que eu crio:
menos que chuva e lama nas estradas
és tu. poesia, meu amargo rio.

 

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por Augusta Clara às 19:00

Quarta-feira, 29.04.15

A triste figura da coligação EUA-Arábia Saudita - José Goulão

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José Goulão  A triste figura da coligação EUA-Arábia Saudita

 

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Mundo Cão, 28 de Abril de 2015

 

   Deserções aos milhares das bases e dos quartéis, que alguns serviços europeus de informações avaliam na ordem dos 10 mil efectivos, obrigaram a Arábia Saudita a cancelar, ou mesmo a desistir, da invasão terrestre do Iémen. A medida foi tomada não tanto pelo elevado número de militares que abandonaram os seus postos, ainda assim cerca de 10 por cento do contingente previsto para a invasão, mas porque a debandada revela a falta de ânimo das forças armadas da ditadura para se envolveram em batalhas terrestres, depois do falhanço das operações aéreas, que não atingiram nenhum dos objectivos proclamados e alcançaram o único não anunciado: chacinar dezenas de milhares de civis numa repugnante campanha de terror.

Reparem agora como Washington e Riade explicam a pretensa suspensão dos ataques – a Arábia Saudita anunciou o fim dos bombardeamentos aéreos, embora prossigam – através dos seus órgãos de propaganda, na tentativa de limpar a face da carnificina civil e do fracasso militar. Seriam argumentos dignos dos Monty Piton, ou da guerra de Solnado, não se desse o caso de a campanha de terror ter vitimado um número incontável de civis, incluindo mulheres e crianças, que pagaram com a vida mais estes jogos de guerra imperiais.

Washington, pela voz do impagável e servil New York Times, garante que os bombardeamentos aéreos sauditas pararam (o que, por enquanto, é mentira) devido às intensas pressões da Administração Obama, na verdade incomodada pelas repercussões negativas geradas através do mundo pela sangrenta operação terrorista contra a população civil iemenita.

A Arábia Saudita, a contas com as deserções em massa e perante o silêncio cúmplice – eventualmente aliviado – de uma dezenas de aliados, entre os quais a junta do Egipto, garante que cancela a invasão e suspende os bombardeamentos porque atingiu os objectivos militares.

Atingiu? Vamos ver.

Riade diz que destruiu a força aérea inimiga. É verdade: o pouco que havia estava no chão e às ordens do presidente Abu Mandour Habi, refugiado na capital saudita.

Riade afirma que destruiu as capacidades do inimigo em mísseis balísticos. É uma verdade de Monsieur de La Palisse: não havia mísseis balísticos no Iémen.

Riade assegura que destruiu o controlo de comando inimigo. Não se sabe é qual, porque havia tantos controlos de comando como os grupos coligados com os rebeldes xiitas houthis, entre eles a Al-Qaida e os sunitas urbanos do ex-presidente Saleh.

Riade jura que limitou os movimentos dos rebeldes houthis. Ora os houthis mantêm em seu poder a capital Sanaa e as regiões meridionais petrolíferas, incluindo o porto estratégico de Adem; por isso, não necessitam de se mover para controlar o país.

Riade revela que, através das acções já realizadas, garantiu a segurança do seu território e a protecção do governo “legítimo” do presidente Habi. Também é verdade. O Iémen jamais ameaçou o território saudita; e o presidente Habi não pode estar mais protegido, uma vez que se encontra em Riade, no colo da família real, uma vez que as operações realizadas não o devolveram ao posto em Sanaa a que diz ter direito.

Um glorioso êxito militar, como se percebe, da não menos gloriosa aliança entre o farol da democracia planetária e um dos faróis do terrorismo planetário. Enquanto isso, a mal afamada Al Qaida reforçou a presença no Iémen, pois ficou incólume nas posições que detinha entre os grupos que repartem o poder no país; e o esforço militar no Iémen aliviou a pressão sobre o não menos mal afamado Estado Islâmico, mais incólume ainda do que já estava antes, apesar da apregoada campanha de bombardeamentos aéreos norte-americanos.

Quanto a isto, duas deduções podem fazer-se. Dificilmente os bombardeamentos aéreos resultam quando não se pretende liquidar o que se ataca; e perante os resultados dos ataques de aviação no Iémen e contra o Estado Islâmico há que dar razão aos militares, incluindo comandos da NATO, segundo os quais as guerras aéreas não ganham conflitos e o império sofre de graves lacunas em termos de guerras convencionais.

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por Augusta Clara às 15:00

Terça-feira, 28.04.15

FADO PESSOANO - Rui Veloso

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Rui Veloso  FADO PESSOANO

 

 

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por Augusta Clara às 21:00

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