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Jardim das Delícias



Sexta-feira, 06.09.13

A guerra colonial, os crimes de guerra e os retornados - Carlos Esperança

 
Carlos Esperança  A guerra colonial, os crimes de guerra e os retornados
 
 
 
   Há quem, justamente, desaprove o apodo de “retornado ressentido” com que qualifico Passos Coelho e outros adversários implacáveis do Estado de direito e dos direitos sociais dos portugueses.
Entendamo-nos. Fui combatente na guerra colonial e não deixo de condenar os crimes cometidos por militares portugueses, varridos para debaixo do tapete.... O culpado maior de todos os crimes foi o salazarismo, responsável por uma guerra injusta, criminosa e inútil, quando éramos tão atrasados que até a aceitar o direito dos povos à autodeterminação fomos os últimos.
Mas não podemos esquecer os massacres, perpetrados durante a guerra colonial, de que Wiriamu  ficou como paradigma da violência gratuita e da crueldade assassina. Não nos julguem como se todos fôssemos o alferes Robles ou o comandante Alpoim Calvão que Cavaco continua a condecorar.
Não sou insensível aos dramas dos retornados, alguns familiares meus, entre os quais conto numerosos amigos e correligionários. Sinto orgulho na forma como Portugal acolheu as vítimas da independência das antigas colónias, rapidamente integrados e que muito contribuíram para o progresso do País.
Não sou xenófobo. Não me move o mais leve resquício de vingança contra quem julgou erradamente ser legítima a guerra que envolveu um milhão de jovens portugueses, onde morreram vários milhares e um número, incomparavelmente maior, ficou estropiado e ainda hoje lambe as feridas e suporta os traumas.
Tal como não esqueço os bombardeamentos sobre palhotas, onde arderam mulheres e crianças, também não esqueço os retornados que incendiaram sedes do PCP e do PS no país que também era seu e que tudo fazia para minorar a tragédia dos que regressaram, como não esqueço os terroristas que entusiasticamente aderiram ao ELP e ao MDLP.
Ser retornado, tal como ter sido militar na guerra colonial, não é crime, é uma desgraça comum. Crime é defender a legitimidade da guerra em que se participou ou vingar-se de ter sido vítima da descolonização. É este último defeito de Passos Coelho que execro e não deixarei de denunciar até o ver removido das funções que nominalmente exerce.
De uma vez por todas, aqui ficam a explicação e o contexto em que, na minha opinião, é justo designar como retornado ressentido, vingativo e incompetente o atual PM.
 

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por Augusta Clara às 08:00


2 comentários

De Beatriz Santos a 06.09.2013 às 14:13

Não será por ser retornado:) mas os três adjectivos quadram lindamente com o sujeito

De Pedro Coelho a 07.07.2017 às 21:59

Como se fossem o Alferes Robles? O que tem o autor contra o Alferes Robles? Tm provas concretas ou é tudo "diz-que-disse" baseado em historietas de caserna? O que se sabe de concreto é que o Alferes Robles respondia com dureza à selvajaria da UPA, que arrancava cabeças, comia pessoas e arrancava-lhes os órgãos sexuais. Perante isto, o que queria o autor que as primeiras tropas portuguesas ali chegadas fizessem? Que fossem com os tipos da UPA para os copos?

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