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Jardim das Delícias


Sexta-feira, 02.10.15

O PR e o 5 de Outubro - Carlos Esperança

 

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   Quando um Presidente da REPÚBLICA que aceitou sem um grito de revolta a extinção do feriado, quando esse regente da chefia do Estado, refém da coligação de direita, falta à celebração da data, perde o respeito que a Constituição exige e merece os epítetos que o Código Penal pune.

Surpreendente é haver republicanos que defendam quem ofendeu a República, quem, na ignorância e traição à História, exonerou do calendário dos feriados as datas identitárias do País que somos – o 1.º de Dezembro e o 5 de Outubro.

Terão de ser fortes os interesses para tamanha ignomínia. E não me digam que este PR, esta coligação e este Governo que ora finda merecem respeito ou consideração de quem quer que seja.

 

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por Augusta Clara às 15:00

Domingo, 05.10.14

Viva a República - Carlos Esperança

 

 

   A Revolução de 1820, o 5 de Outubro de 1910 e o 25 de Abril são marcos históricos da liberdade, em Portugal. Foram momentos que nos redimiram da monarquia absoluta e da dinastia de Bragança; são as datas que honram e dão alento para encarar o futuro e acreditar na determinação e patriotismo dos portugueses.

O atual governo rasgou do calendário a comemoração da data que mudou Portugal, uma pedra basilar da democracia; ofendeu a cidadania, ultrajou os heróis da Rotunda e traiu a história, vilania que nem a ditadura ousou.

Comemorar a República é prestar homenagem aos cidadãos que não quiseram mais ser vassalos. O 5 de Outubro de 1910 não se limitou a mudar de regime, trouxe um ideário libertador que as forças conservadoras obstinadamente combateram.

Com a monarquia caíram os privilégios da nobreza, o imenso poderio da Igreja católica e os títulos nobiliárquicos. Ao poder hereditário e vitalício sucedeu o escrutínio do voto; aos registos paroquiais do batismo, o Registo Civil obrigatório; ao direito divino, a vontade popular; à indissolubilidade do matrimónio, o direito ao divórcio; à conivência entre o trono e o altar, a separação da Igreja e do Estado.

Há 104 anos, ao meio-dia, na Câmara Municipal de Lisboa, foi proclamada a República, aclamada pelo povo e vivida com júbilo por milhares de cidadãos. É essa data gloriosa que hoje se evoca, prestando homenagem aos seus heróis.

Cândido dos Reis, Machado dos Santos, Magalhães Lima, António José de Almeida, Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão, Cupertino Ribeiro, José Relvas, Afonso Costa, João Chagas e António José de Almeida, além de Miguel Bombarda, foram os mais destacados desses heróis que prepararam e fizeram a Revolução.

Afonso Costa, uma figura maior da nossa história, honrado e ilustríssimo republicano, mereceu sempre o ódio de estimação das forças mais reacionárias e o vilipêndio da ditadura salazarista. Para ele vai a homenagem de quem ama e preza os que serviram honradamente a República.

Há quem vire costas à República que lhe permitiu o poder, quem despreze os heróis a quem deve as honrarias e esqueça a dívida. Há quem se remeta ao silêncio para calar um viva à República e se esconda com vergonha da ingratidão

Não esperaram honras nem favores os heróis do 5 de Outubro. Não se governaram os republicanos. Foram exemplo da ética por que lutaram. Morreram pobres e dignos.

Glória aos heróis do 5 de Outubro.

Viva a República!

 

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por Augusta Clara às 08:00



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