Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Jardim das Delícias


Sexta-feira, 24.08.18

Goli Mahallati (Irão) - Butterfly romance

ao cair da tarde 5b.jpg

 

Goli Mahallati (Irão)  Butterfly romance

 

butterfly romance1.jpg

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 17:22

Quinta-feira, 28.01.16

E sexo de cavalo à mostra, ofende? - Ferreira Fernandes

ferreira fernandes.png

 

Diário de Notícias, 27 de Janeiro de 2016

 

   Um tipo com uma rodilha branca na cabeça, e em cima dela nem uma canastra de fanecas, um quase ayatollah mas um total presidente iraniano - enfim, Hassan Rohani - podia talvez ofender-se com uma estátua romana feita há dois mil anos, que era uma cópia duma estátua grega feita há 2300 anos... A Vénus Capitolina sai do banho, é certo, mas tenta esconder, embora em vão, os seios com a mão direita e a região genital com a mão esquerda. Dir-me-ão, a senhora é tão bela, antiga e de mármore, que não podia ofender ninguém. Mas, lá está, como se pode garantir o que vai na cabeça de alguém que leva na cabeça uma rodilha sem canastra? Fica, pelo menos, um talvez... E a dúvida transforma-se em certeza quando o da rodilha leva um cheque de 17 mil milhões para negócios vários: tape-se a estátua! Calma, não foi tão simbólico assim, não foi com uma burca, foi com uma caixa do IKEA. Quatro tábuas à volta, um tampo e dois mil anos de história apagados. Uf!, Roma ainda não é o Estado Islâmico, não dinamita, só esconde. E não foi por extremismo religioso, mas só por miserabilismo moral. Uma pequena caixa para a Vénus Capitolina, um grande salto à retaguarda para a Humanidade. Ora, nisto de recuar, o problema é o gosto que se entranha. Matteo Renzi, desde ontem o pobre diabo que governa a Itália, levou Roahni para uma sala onde havia a estátua equestre de Marco Aurélio. Olhem o terror nos olhos de Renzi: e pila de cavalo à mostra, ofende?

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 14:00

Quinta-feira, 16.07.15

Acordos com o Irão, o outro lado da ficção - José Goulão

mundo_cao1.jpg

 

 José Goulão  Acordos com o Irão, o outro lado da ficção 

 

josé goulão.jpg

 

 

Mundo Cão, 15 de Julho de 2015

 

   Uma advertência prévia: onde se lê acordo 5+1 com o Irão deve ler-se acordos; onde se lê 5+1 deve ler-se Estados Unidos, quanto muito mais a Rússia e a China, a ver vamos; quando se relaciona unicamente o resultado das negociações com o fim da suposta ameaça nuclear iraniana toca-se apenas num átomo de uma estrutura complexa e de grande envergadura.

Isto é, esqueça o que os telejornais sintonizados com Washington e demais centrais de propaganda lhe explicam sobre o acordo e vamos à realidade.

O Irão nunca representou, pelo menos a partir de 1988, qualquer ameaça nuclear militar. O mito foi inventado para usar com mil e um pretextos e servir, em última análise, as estratégias militaristas e expansionistas de Israel, além de jogar com os preços do petróleo conforme os interesses do sistema económico e financeiro global. Desde a fatwa (decreto religioso) emanada em 1988, ainda pelo imã Khomeiny, que o Irão renunciou à utilização da energia atómica para fins militares. O resto é ficção e propaganda.

Os acordos agora estabelecidos trazem no bojo intenções muito mais amplas e estruturantes que apenas tocam ao de leve na falsa questão nuclear iraniana, embora esta seja exacerbada para esconder o que foi decidido pelas principais partes envolvidas, os Estados Unidos da América e o Irão: uma partilha de influências no Médio Oriente ampliado, envolvendo pois a chamada Eurásia, capaz de permitir ao Pentágono transferir o núcleo duro do seu impressionante aparelho de guerra do Médio Oriente para a Ásia, posicionando-se ante os novos inimigos, a China e a Rússia.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 08:00

Segunda-feira, 29.06.15

Tsunami silencioso no Médio Oriente - José Goulão

mundo_cao1.jpg

 

José Goulão  Tsunami silencioso no Médio Oriente

 

josé goulão.jpg

 

 

Mundo Cão, 25 de Juho de 2015

 

   A notícia passou quase despercebida, mas ainda assim causou algumas dúvidas e perplexidades: a Arábia Saudita e a Rússia, arqui-inimigos de longa data, assinaram um acordo de cooperação nuclear para fins pacíficos. Em termos mais prosaicos: a petromonarquia comprou 16 centrais nucleares a Moscovo para entrarem em funcionamento dentro de meia dúzia de anos.

Isto é, o maior exportador mundial de petróleo decidiu poupar nos combustíveis fósseis, aproveita a tecnologia associada para desenvolver projectos de dessalinização de águas e elegeu como parceira uma empresa tutelada pelo governo do infiel Vladimir Putin.

É assim, tal e qual. Mas a notícia não passa de um pequeno abalo, uma simples réplica do enorme e silencioso tsunami que por estes dias atinge o Médio Oriente.

O epicentro do magno sismo, como já se focou nestas linhas, é a próxima assinatura de um acordo (que são pelo menos dois) entre outros arqui-inimigos, os Estados Unidos da América e a República Islâmica do Irão. Para consumo geral, um dos acordos é o chamado 5+1, que teoricamente acaba de vez com o mito das nunca existentes ambições iranianas ao nuclear militar; outro é bilateral e traduz uma espécie de partilha de zonas de influência norte-americanas e iranianas em amplos espaços do Médio Oriente, com repercussões colaterais, que podem ou não ser danosas, consoante a perspectiva.

Rezam as fugas de bastidores que os Estados Unidos reconhecerão tacitamente as zonas de influência do Irão em dois terços do Iraque, na Síria, em grande parte do Líbano; em contrapartida, Teerão conforma-se em não “exportar” a revolução islâmica.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Augusta Clara às 08:00



Pesquisar

Pesquisar no Blog  

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Anónimo

    Porto é melhor que Benfica, isto é uma prova clara

  • SOL da Esteva

    Magnífica verdade,"[...] que viver dos outros impl...

  • Inês

    Obrigada! Texto maravilhoso a ler e reler! Desde p...

  • lucindaduarte

    Muito interessante este texto do Raul Brandão. Que...

  • Augusta Clara

    Desculpe, mas isto é demasiado grande para ser o c...


Links

Artes, Letras e Ciências

Culinária

Editoras

Filmes

Jornais e Revistas

Política e Sociedade

Revistas e suplementos literários e científicos