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Jardim das Delícias


Segunda-feira, 01.05.23

Primeiro de Maio - Adão Cruz

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Adão Cruz  Primeiro de Maio

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(Silvia Molinari)

 

Primeiro e único
Verdadeiro
Maio acordado
Maio maduro
Penoso
Duro
Nunca vergado.
Floresta de braços e abraços
Festa dor do Maio primeiro
Carne e alma
Seio fecundo
Onde corre o leite
Que alimenta o mundo.
Ir e voltar
Voltar a ir e a vir
Entre a dor e a alegria
Penoso caminho da vida inteira
Para prender um braço de sol
Entre a noite e o dia.
Mãos crispadas
Calejadas
Calor que os filhos aquece
Na esperança de outros sóis
Calar da fome que os adormece
Entre o antes e o depois
Da luta que não esmorece.
Maio de medos e canções
Maio de sempre
Maduro Maio
No fundo dos corações
Terra e vida
Vida dos que amam a terra
Antes morta que vencida.
Na palma da mão
Aberta e solidária
Festa da alegria
Maio dor e lágrimas
Renascido Maio
Nunca Maio da agonia.
Sol inteiro roubado
Sol do acordar de Maio
Vermelho e quente
Sol que é de todos
Maio de sol nascente.

 

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por Augusta Clara às 23:12

Terça-feira, 24.01.23

A ponte - Adão Cruz

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Adão Cruz  A ponte

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(Adão Cruz)

 

   O Homem é um ser uno e indivisível, muito complexo. Ele é, no entanto, composto por uma infinidade de subunidades, todas elas intimamente ligadas entre si. A mais importante de todas, se assim podemos dizer, a unidade soberana, é o cérebro. Este órgão, bem guardado numa caixa óssea, feita da substância mais dura do corpo humano, é constituído por cerca de cem biliões de neurónios em permanente actividade, através dos quais se processam em cada momento, provavelmente, triliões de neuro-transmissões. O nosso esquema cerebral é idêntico em todos nós mas o conteúdo de cada cérebro é totalmente diferente.
A Humanidade não é um mero conjunto de homens e mulheres. A Humanidade é uma profunda e intrincada rede de relações, de relações humanas muito complexas. O cérebro de cada um de nós, apesar de encerrado num compartimento estanque, não se encontra isolado. Relaciona-se, permanentemente e mais ou menos intimamente, com todos os outros, e todos os outros se relacionam com ele de forma mais ou menos profunda, através dos múltiplos canais de comunicação que vão desde a linguagem, falada, escrita ou gestual, à mímica, à postura, às atitudes, aos comportamentos, não falando já de outras formas de comunicação menos conhecidas, que estão na base da investigação de hipotéticas concepções, como a existência de campos ou configurações electromagnéticas extra-cerebrais. Todo o homem se relaciona mais ou menos activamente com os inúmeros fenómenos que o rodeiam e com tudo o que vê e não vê, com tudo o que entende e não entende. O diálogo do Homem com o homem e do Homem com o mundo no seio da natureza e da Humanidade é permanente, profundo e inevitável. Assim vai ele construindo, dia após dia, o seu emaranhado mundo relacional, o seu autêntico microcosmos regido por todas as inimagináveis forças da sua microgaláxia.
Deixo um pouco de lado este homem-relação e vou imaginar que um qualquer de nós, encontrando-se num qualquer ponto do macrocosmos, no seio do Universo, a milhões de anos-luz de distância, resolve vir por aí abaixo (ou por aí acima!) dar um passeio. Vai-se aproximando, aproximando, passa por triliões de estrelas e por outros tantos triliões de outros corpos celestes, e ao fim de biliões de quilómetros encontra uma pequenina bola de berlinde a que chamam Terra. Pára um pouco para pensar e chega à conclusão de que a Terra, afinal, é um pequeníssimo e quase desprezível grão de areia no meio do Universo, sem qualquer valor ou significado. Continua a viagem, aproxima-se, aproxima-se um pouco mais, e repara que sobre essa bolinha chamada Terra se mexe uma multidão de pequenos bichinhos chamados homens. Pára novamente para pensar e definitivamente se convence de que o Homem, afinal, não é, rigorosamente, o centro de nada. Vai-se aproximando, aproximando ainda mais até penetrar dentro do próprio Homem, onde depara com o tal microcosmos que deixei atrás, na minha descrição. Conclui, então, pelo que lhe parece, que o Homem vive entre duas poderosas forças. Uma força antropocêntrica, que o atrai e o arrasta para a sua natureza, para a sua condição humana e para a sua esfera relacional, da qual não pode, de forma alguma, libertar-se, e uma outra força de sentido oposto e centrífugo dentro da permanente expansão do Universo, que tende a projectá-lo em cada momento na dimensão universal a que pertence. Nesta zona de divergência, nesta interface, na fronteira entre estas duas poderosas forças, reside, a meu ver, a verdadeira vida, a vida que procura fugir e transitar da sua natureza palpavelmente biológica, para um estádio que, sem deixar de ser material e biológico, cada vez mais se integra na natureza cósmica da sua origem-destino. Nesta zona de divergência, nesta poderosa interface reside, em minha opinião, a mente, a verdadeira ponte entre as duas naturezas, que o são apenas na aparência. E quem diz a mente diz o desenvolvimento mental, quem diz o desenvolvimento mental diz o desenvolvimento cultural, e quem diz o desenvolvimento cultural diz o desenvolvimento da expressão artística, talvez o maior vector humano nesta força de projecção universal. Toda a natureza humana muda e altera em cada momento as relações do seu microcosmos, podendo fazê-lo de forma negativa ou positiva, isto é, cortando ou abrindo as asas da mente. Só as alterações e mudanças que levam ao saldo positivo da mente permitem o salto positivo da mente, a travessia desta ponte, para além da qual se dá a verdadeira evolução do Homem, a que conduz ao equilíbrio da sua concomitante expansão como ser do Mundo e do Universo e à preservação da harmonia cósmica da nossa existência.
 

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por Augusta Clara às 13:24

Sexta-feira, 16.12.22

Atravessei o deserto infinito - Adão Cruz

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Adão Cruz  Atravessei o deserto infinito

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(Adão Cruz)

Atravessei o deserto infinito
aqui e ali um oásis repousante.
Por cada terra que passei
a ambivalência cresceu.
Virgem ou não
deus ou demónio
a tudo o corpo cedeu
idêntico a si mesmo
na espiral concêntrica do desejo.
Ao cimo de todas as escadas nada vi
e para descer dentro de mim
tive de pendurar meus passos
nas descarnadas sílabas
do silêncio da madrugada.
Fechei as feridas do mundo
em versos secretos e fechados
e rasguei-os mais tarde na feira
perante o riso dos pobres.
No silêncio dos ruídos e das ruínas
me escondi
de metáforas democráticas
me discursei.
Um dia
cheguei ao rio que vai dar ao mar…
ainda me encontro a caminho do mar
onde espero sentar-me
na rocha húmida e fria
vestida de algas e maresia
olhar bem longe…
e começar alguma vida nesse dia.

 

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por Augusta Clara às 21:06

Quarta-feira, 23.11.22

ENTRE AS MÃOS E O SONHO, Adão Cruz

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ENTRE AS MÃOS E O SONHO, a poesia de Adão Cruz a sair em Dezembro pela Europa Editora

 

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por Augusta Clara às 21:13

Sábado, 03.09.22

REFLEXÂO (complexo caminho da simplicidade da Evidência) - Adão Cruz

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Adão Cruz  REFLEXÂO (complexo caminho da simplicidade da Evidência)

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(Adão Cruz)

   Não é fácil percorrer o complexo caminho da simplicidade da Evidência que anda por aí, em muita coisa. O medo da Evidência apavora as mentes que, de uma forma ou de outra, perderam a liberdade ou rejeitam a liberdade, sobretudo a liberdade de pensar. Interiorizam mecanismos fortemente redutores que são aceites acriticamente, porque não existe ou foi tacticamente anulada a capacidade crítica, ou são impostos por uma espécie de fé ou crença consuetudinária, impiedosamente dogmática, que cristaliza toda a forma de pensar, mesmo em pessoas familiarizadas com a Cultura Científica da Evidência. Estas as pessoas, ainda assim, de boa fé. Porque as há, e não são poucas, que fazem da má fé o antídoto da Evidência que não conseguem negar. O mundo é muito claro, até onde nos permite que o seja.
O sobrenatural continua a ser um grande problema, com a maioria das pessoas a serem incapazes de o resolver, incapazes de rever a equação cujo resultado estabeleceram como certo sem conhecerem os dados que a compõem.
Há muito tempo que deixei de discutir fé e religião com gente crente, gente que indiscutivelmente respeito, mesmo não respeitando as crenças. Dogmas e argumentos condicionados, não sendo permeáveis à razão, só podem levar a conclusões sempre frustrantes. Sou ateu, mas há muitos anos fui crente. O sobrenatural, tantas vezes aterrorizador, entrou na minha cabeça à força da destruição da minha razão e do meu entendimento, perpetrada por mentes ignorantes que assaltaram a minha infância e adolescência. Essa parte negativa da minha vida teve um lado positivo. Permite-me, hoje, à luz da Evidência possível, fazer a comparação entre a falsa liberdade da aleatória felicidade do obscurantismo e a aliciante liberdade da real felicidade de uma razão não mais miscível com qualquer grande ou pequena crendice. É muito difícil quebrar as grilhetas de um pensamento fortemente colonizado, mas a força projectiva da curiosidade humana que leva ao complexo caminho da simplicidade da Evidência é a única força capaz de nos libertar de todas as constritoras angústias metafísicas. Foi essa libertação que me trouxe a paz e a serenidade de uma total descrença mística, uma das melhores prendas que a vida me deu.

 

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por Augusta Clara às 19:27

Terça-feira, 09.08.22

Reflexão - Adão Cruz

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Adão Cruz  Reflexão

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(Adão Cruz)

   Ouvindo novamente a Oração de Sapiência proferida por Ana Luisa Amaral em Março passado, fui levado a reconhecer que a razão e o pensamento são as duas maiores riquezas do ser humano. Ser capaz de parar para pensar é um enorme privilégio. Eu tenho um escrupuloso respeito pelo pensamento, pelo meu pensamento e pelo pensamento dos outros, quando racional e honesto. Acredito que todos nós, aqueles que nunca se venderam a nada nem a ninguém, aqueles que nas questões que mais nos inquietam e mais preocupam a humanidade necessitam sempre de pensar e ouvir a voz da razão. Não conseguem sentir-se livres fora da verdade, ou pelo menos fora da procura do caminho da verdade.
Há para mim três verdades que a reflexão profunda e séria de uma vida inteira tornaram irrefutáveis. Mas são minhas, e de modo algum eu pretendo impô-las a quem quer que seja. Uma delas é a convicção de que o conhecimento e a cultura, a verdadeira cultura, ou seja, a cultura do conhecimento e, por inerência, a cultura da verdade são os mais importantes recursos de que dispomos para encontrar o caminho da justiça e da solidariedade, os sentimentos que nos acordam para a nobreza que poderia existir e não existe no coração da humanidade. A segunda convicção é a do nefasto papel do obscurantismo, religioso ou não, arrastando consigo a irracionalidade e a secundarização do conhecimento, os grandes inimigos da verdade. A minha terceira convicção é o simples reconhecimento de que a intencional desinformação e ignorância impostas ao mundo pelas forças que o dominam vai deformando, de forma mais insidiosa ou mais contundente, a consciência e mesmo a inconsciência das pessoas, levando-as à gelatinosa certeza de que não há verdade mais credível do que a verdade da mentira.

 

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por Augusta Clara às 12:51

Sábado, 06.08.22

Para Ana Luisa Amaral - Adão Cruz

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Adão Cruz  Para Ana Luisa Amaral

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(Adão Cruz)

 

   Como a vida te apagou, também apaguei o teu e-mail. Lá para os confins do mundo molecular do Universo, não tenho possibilidade de comunicar contigo, mas irei falando para mim mesmo sobre tanta coisa que deixaste. Aprendi com outros e também contigo que a cultura tem de fazer parte integrante da estrutura do ser humano, da sua solidez e profundidade, da sua autenticidade, da sua verdade e da sua intrínseca sabedoria. Aprendemos que a cultura com que te irmanaste e que cedo a morte ceifou é construída através da vida como qualquer mecanismo de adaptação, mas apenas quando assenta nos fortes alicerces do conhecimento científico e na aprendizagem dos emaranhados mecanismos neurobiológicos da mente criativa. Também aprendemos que a verdadeira cultura, a cultura do saber autêntico, a cultura do ser são indissociáveis da nossa língua e de toda a linguística onde sempre foste mestra. Como todos sabemos, a língua não é apenas um mero instrumento de comunicação, mas uma parte inseparável do todo que somos e da riqueza anímica que construímos. Um bom perfume deve ser sentido como parte integrante da personalidade de uma mulher e não como um cheiro. Uma boa decoração deve ser sentida pelo bom ambiente, pelo conforto e bem-estar que cria e não por dar nas vistas apenas pelo estilo e pela configuração dos objectos. A cultura não é um enfeite, uma cosmética, uma roupagem mais ou menos vistosa, nem pode ser confundida com a cultura-folclore, com a prolixa cultura política ou com a cultura do enciclopedismo balofo dos nossos dias.
Adão Cruz
Adeus Ana Luisa. Guardarei como recordação o difícil livro que me aconselhaste: PAISAJES COGNITIVOS DE LA POESIA, de Amelia Gamoneda e Candela Salgado Ivanich

 

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por Augusta Clara às 19:10

Terça-feira, 26.07.22

Se eu fosse um avião - Adão Cruz

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Adão Cruz  Se eu fosse um avião 

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(Adão Cruz)

 

Se eu fosse um avião
com um motor em cada mão
voava…
não sei para onde
mas voava à procura da ilusão.
Se eu fosse um avião
com um sonho em cada mão
voava…
não sei para onde
mas voava para fora da ilusão.
Ai…se eu fosse um avião
com um copo em cada mão
voava…voava…
não sei para onde
mas sempre rentinho ao chão.

 

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por Augusta Clara às 14:51

Terça-feira, 19.07.22

Em legítima defesa - Ruy Belo

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Ruy Belo  Em legítima defesa

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(Adão Cruz)

Sei hoje que ninguém antes de ti
morreu profundamente para mim
Aos outros foi possível ocultá-los
na sua irredutível posição horizontal
sob a capa da terra maternal
Choramo-los imóveis e voltamos
à nossa irrequieta condição de vivos
Arrumamos os mortos e ungimo-los
são uma instituição que respeitamos
e às vezes lembramos celebramos
nos fatos que envergamos de propósito
nas lágrimas nos gestos nas gravatas
com flores e nas datas num horário
que apenas os mate o estritamente necessário
Mas decerto de acordo com um prévio plano
tu não só me mataste como destruíste
as ruas os lugares onde cruzámos
os nossos olhos feitos para ver
não tanto as coisas como o nosso próprio ser
A cidade é a mesma e no entanto
há portas que não posso atravessar
sítios que me seria doloroso outra vez visitar
onde mais viva que antes tenho medo de encontrar-te
Morreste mais que todos os meus mortos
pois esses arrumei-os festejei-os
enquanto a ti preciso de matar-te
dentro do coração continuamente
pois prossegues de pé sobre este solo
onde um por um persigo os meus fantasmas
e tu és o maior de todos eles
Não suporto que nada haja mudado
que nem sequer o mais elementar dos rituais
pelo menos marcasse em tua vida o antes e o depois
forma rudimentar de morte e afinal morte
que por não teres morrido muito mais tenhas morrido
Se todos os demais morreram de uma morte de que vivo
tu matas-me não só rua por rua
nalguma qualquer esquina a qualquer hora
como coisa por coisa dessas coisas que subsistem
vivas mais que na vida vivas na imaginação
onde só afinal as coisas são
Ninguém morreu assim como morreste
pois se houvesses morrido tudo estava resolvido
Os outros estão mortos porque o estão
só tu morreste tanto que não tens ressurreição
pois vives tanto em mim como em qualquer lugar
onde antes te encontrava e te posso encontrar
e ver-te vir como quem voa ao caminhar
Todos eram mortais e tu morreste e vives sempre mais

 

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por Augusta Clara às 16:35

Sexta-feira, 15.07.22

Ontem à noite…quem diria - Adão Cruz

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Adão Cruz  Ontem à noite…quem diria

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(Manel Cruz)

A poesia era o espaço entre a inocência e o dia
uma espécie de alforria
redimindo à boca da sorte
o silêncio de mil noites.
Vago sentimento de uma consciência acordada
pelo gemido do vento
poesia real fundida e refundida
sensual e nua.
A vítima que há dentro de nós
procura sempre o amor
na densidade dos processos
na empatia do sofrimento.
Nada mais relativo-magnético do que o sofrimento
movimento de tudo
senhor do silêncio vivo que arde dentro do poeta.
A poesia distorce a relação com a vida
e abraça o sonho parasita do amor verdadeiro
e cada um tem dos restos de si próprio
a elegante ideia de uma identidade interior.
A poesia é assim…ontem à noite... quem diria.

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por Augusta Clara às 19:22



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