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Delícias são tudo o que nos faz felizes: um livro, a magia dum poema ou duma música, as cores duma paleta ... No jardim o sol não raia sempre mas pulsa a vida, premente.
A Associação de Escritoras e Escritores em Língua Galega (AELG) entrega no dia 4 de Maio, durante a XIV edição dos prémios AELG, o galardão de Escritora Galega Universal à escritora Lídia Jorge.
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Uma homenagem ao violoncelista húngaro Janos Starker agora desaparecido
Janos Starker Uma lição de música
Jón Úr Vör Gaivota de inverno
O mar guarda o meu canto,
igual aos demais
segredos seus,
num silêncio hermético.
No seu olho vivaz
eu criança, vigilante,
procuro uma
e outra
concha maravilhosa
e frágil.
E vejo ainda
as asas estendidas
da gaivota de inverno
sobre a onda que cai.
(no blog de Amadeu Baptista)
Baptista Bastos O dia do milagre perfeito
Publicado no Diário de Notícias em 24 de Abril de 2013
Olho para os rostos destes que nos têm governado e não reconheço neles qualquer semelhança com os nossos rostos comuns. Observem bem: abreviados, ausentes. As sombras que neles poisaram são repintadas de vigílias tétricas em que se arredaram o bater comovido do coração humano e o pulsar da mais escassa ternura. Como conseguem viver nesta miséria de fazer mal, de nos fazer mal? Têm-nos extorquido tudo e ainda querem mais, numa obscura vingança, cujo propósito decidido e inclemente é o de nos tornar infelizes.
Pobres sempre o fomos. O domínio de uma classe sobre as outras exige essa forma escabrosa de brutalidade. E sempre houve quem se prestasse ao papel de serventuário do poder. Mas leiamos a História e ela no-lo ensina a resistir e a combater. Vejam 1383, 1640, os Atoleiros, as Linhas de Torres, o 5 de Outubro, o 25 de Abril. "Salta da cama, Bastos; a revolução está na rua!" A Isaura beija-me: "Toma cuidado!" Andei por muitas, e ela demonstra, com serena apreensão, os receios que a assaltam. "Desta vez vou só escrever." Temos dois filhos, o terceiro nascerá em pleno festim da liberdade, atravesso a madrugada de Lisboa e as ruas já exprimem uma espécie de selvagem alegria. Foram despertas pela voz de Joaquim Furtado que, no Rádio Clube Português, avisa-as de que aí está "o dia inicial inteiro e limpo", por que esperávamos.
Chego ao jornal, o Diário Popular, claro!, e já lá estão o Corregedor, o Fernando Teixeira, o Abel, o Zé de Freitas, o Jacinto, o Magro, o Bernardino, o Zé Antunes. A tensão é muito grande, e o desassossego que se nos impõe torna os nervos numa teia reticular quase dolorosa. Olhamo-nos e vamos às nossas tarefas. Os telefones azucrinam, os telexes retinam, os gritos soltam-se. Correm as horas. Andamos, uns e eu, num vaivém entre o Carmo e o jornal. Até que a História retoma os seus direitos. "Zé", digo para o Zé de Freitas. "O fascismo caiu." As lágrimas corriam-nos. E ele: "Vamos lá ver, vamos lá ver." Céptico por muito ter visto e em excesso ter sonhado. Telefona-me, de Beja, o Manuel da Fonseca. "Vem para Lisboa! Caiu o fascismo!" Ele: "Eh pá! Eh pá! Eh pá!" Mais nada; não era preciso dizer mais nada. "Não te esqueças de mandar provas à Censura", avisa o Fernando Teixeira. E o Zé de Freitas: "Ó Fernando, nesta altura, a Censura já foi para a p... que a pariu!"
Onde é que eu estava no 25 de Abril? Onde devia estar: com os meus camaradas inesquecíveis, a ajudar a escrever um jornal exacto, infalível, jubiloso, exaltante e alvoroçado. Este número não foi visado pela Comissão de Censura.
Vocês, reverentes e autoritários, não têm nada disto, nem nada a ver com isto. Memórias de um dia que se não fazia noite, um dia elementar e tão claro e liso como um milagre perfeito.
António Pinho Vargas Sibelius
Um aluno meu hoje confessou-me que andava fascinado com os quartetos de cordas de Chostakovitch. Excelente escolha, pois são das maiores obras de todo o século XX. Hoje porém estive a relembrar esta fantástica sinfonia, em dó maior, de outro dos grandes mestres indiscutíveis da História da Música: Jan Sibelius. as suas 7 sinfonias avultam hoje entre as obras verdadeiramente duradouras de um século do qual já pouco resta e ainda tão pouco tempo passou. Sibelius, que algumas vanguardas quiseram ignorar, continuou a ser tocado e hoje é-o mais que nunca em todo o mundo enquanto os seus detractores (que o acusavam de ser convencional, retrógrado, etc.) desapareceram do mapa ou estão em vias de desaparecer, excepto naquelas notas de rodapé da História.
3ª. Sinfonia de Jan Sibelius
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Porto é melhor que Benfica, isto é uma prova clara
Magnífica verdade,"[...] que viver dos outros impl...
Obrigada! Texto maravilhoso a ler e reler! Desde p...
Muito interessante este texto do Raul Brandão. Que...
Desculpe, mas isto é demasiado grande para ser o c...