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Delícias são tudo o que nos faz felizes: um livro, a magia dum poema ou duma música, as cores duma paleta ... No jardim o sol não raia sempre mas pulsa a vida, premente.
Wassily Kandinsky
Augusta Clara de Matos Se eu percebo a guerra da Síria? Sim, percebo
Depois de terem invadido o Iraque, morto Sadam, destruído o país e deixá-lo mergulhado numa guerra civil;
Depois de terem chacinado Kadafi e deixado a Líbia esfacelada e nas mãos de gangs e grupos vários;
Passaram a outro país com a intenção de fazer o mesmo, mas aí não tem sido nada fácil nem com o apoio dos terroristas islâmicos do DAESH que se empenharam em equipar e armar. porque o poder sírio não esteve pelos ajustes.
Então, embrulhou-se tudo. Meteram-se mais os curdos pelo meio e não se vê como desembaraçar a meada.
Como a indústria das armas deve andar feliz com a ajuda dos amigos de sempre que, como piolho em costura, vão acicatando os ânimos, picando os guerreiros, divulgando falsas realidades!
Para os telejornais, contudo, não há nada mais simples nesta guerra do que a maldade de Assad, o presidente que mata as suas crianças e não quer entregar o poder aos EUA.
A grande parte da opinião pública mundial seria indiferente assistir a mais uma chacina e outro país do petróleo destruído perante o entorpecimento e acefalia provocados pelas reportagens televisivas com terríveis imagens como são sempre as de qualquer guerra.
Entretanto, no país dos homens com razão acha-se por bem distribuir armamento de guerra aos professores, armá-los contra os alunos.
Alguém meteu a bobine ao contrário!
Adão Cruz
Maria Helena Vieira da Silva
Adão Cruz
Adão Cruz O meu gesto das coisas simples
(Adão Cruz)
Fui à caixa dos gestos e baralhei-os todos, cheio de raiva por não encontrar o meu gesto das coisas simples.
Há muitos anos que o perdi e nunca mais consegui encontrá-lo.
Esperemos mais um par de noites, pois os sonhos, às vezes, trazem-nos aquilo que julgamos perdido para sempre.
Os sonhos adormecem, muitas vezes, no regaço da realidade, e outras vezes a realidade esconde-se no meio dos sonhos.
Onde estará o meu gesto das coisas simples?
Ora bem, talvez o gesto das coisas simples ande por aí perdido nalgum sonho.
Foi numa noite de tempestade.
Um refulgente relâmpago estralejou lá fora e faíscas de luz incendiaram as frinchas da janela.
Um ribombante trovão abanou o quarto e o sonho foi-se.
Os sonhos não gostam de tempestades nem do abuso das realidades.
Acendi a luz e vi no tapete o meu gesto das coisas simples.
Peguei-lhe com toda a ternura e pareceu-me que ele queria aninhar-se entre os meus dedos.
Confesso, dei-lhe um beijinho.
Fui ao monte das recordações.
O meu gesto das coisas simples espremeu uma lágrima quando lhe mostrei as coisas esquecidas, abandonadas, desde os tempos em que nós os dois éramos apenas simples.
O entrosamento das palavras e das imagens das coisas simples teciam uma espécie de fábula que deliciava a nossa inocência.
Às curvas do tempo não é fácil reter as coisas simples, e, como o amor, as coisas simples vão perdendo os seus lugares nas curvas do tempo.
O meu gesto das coisas simples parecia tremer de desânimo e fadiga, confundindo ingénuos impulsos com efemérides de granito e rumores de árvores dos dias felizes.
O meu gesto das coisas simples estava com medo.
Mas a nossa grande afeição há-de ser a aliança renascida entre a poesia e o gesto das coisas simples.
Adão Cruz
Adão Cruz
Pablo Picasso
Jean-Michel Basquiat
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Porto é melhor que Benfica, isto é uma prova clara
Magnífica verdade,"[...] que viver dos outros impl...
Obrigada! Texto maravilhoso a ler e reler! Desde p...
Muito interessante este texto do Raul Brandão. Que...
Desculpe, mas isto é demasiado grande para ser o c...