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Delícias são tudo o que nos faz felizes: um livro, a magia dum poema ou duma música, as cores duma paleta ... No jardim o sol não raia sempre mas pulsa a vida, premente.
Adão Cruz GUINÉ- IRKUTSK
(Adão Cruz)
Augusta Clara de Matos A extrema-direita espanhola, as mulheres e os defensores dos animais
Amanhã há eleições em Espanha.
Num dia desta semana, um comentador do telejornal da RTP2 apontou, entre os principais motivos para a ascensão da extrema direita naquele país, a explosão dos movimentos feministas com as consequentes reivindicações das mulheres e os movimentos anti-tourada e defensores dos animais. Que coisa mais estranha!
Nunca me tinha constado pelo que tenho lido da História da Europa que os machistas descontentes e os marialvas tivessem tido influência na subida do nazismo ao poder. Bem sei que na Alemanha não havia touradas mas o Hitler até gostava de cães. Se estes fossem motivos fortes, há quanto tempo a teríamos por cá empoleirada no poder ou nem nunca teríamos derrubado o fascismo.
Deixemo-nos de tolices. O crescimento da extrema-direita acontece por motivos económicos e pelo terror infligido às pessoas através de mecanismos enganosos de condicionamento psicológico, fazendo uso da despolitização provocada na maioria dos indivíduos, normalmente os mais desfavorecidos, de uma população.
Os motivos económicos actuais são, sem dúvida, da responsabilidade das políticas da União Europeia e dos Governos da maioria dos países que a constituem que têm sido postas ao serviço da banca e dos banqueiros executores com perícia das grandes fraudes financeiras com enorme peso no acentuar das desigualdades sociais.
Eis um dos caldos de cultura de que se alimenta a extrema-direita, oriunda do mesmo clube de ladrões capitalistas, com as falsas promessas de reversão da situação que sabe nunca ir cumprir. Ao convencer e arregimentar para as suas fileiras os descontentes e incautos, se chegar ao poder, mais não fará do que reforçar a sua exploração e esmagar-lhes futuras rebeliões.
O que têm, então, as mulheres a ver com isto, elas que até às mãos dos mais explorados têm sofrido?
O segundo motivo actual para a aumento da extrema-direita na Europa prende-se com a questão dos refugiados que têm afluído através do Mediterrâneo em fuga às deploráveis condições de vida e às guerras nos seus países desencadeadas pelos ocidentais e “civlizados” sorvedores de petróleo. Virando-se o feitiço contra o feiticeiro, ao engolirem-lhes o petróleo e deixaram-lhes os países feitos em cacos, são agora pressionados a acolhê-los e a dar-lhes possibilidades de continuarem a viver. Que pior havia de acontecer a quem já se recusa a partilhar com os seus do que ainda lhe aparecerem esses “terroristas” e as suas famílias para lhe ficarem com mais umas migalhas? Toca, pois, a meter isto na cabeça daqueles a quem já roubaram tanto para que eles os ajudem a livrar-se desses malfeitores que conseguem chegar à Europa sem se afogarem.
Digam-me, então, o que têm as mulheres e todos os que rejeitam as touradas e os maus tratos aos animais com a ascensão da extrema direita na Europa e, particularmente hoje, em Espanha. Nem Dali diria tal coisa!
Augusta Clara de Matos Que democracia é esta?
Afinal vivemos numa democracia e num Estado de Direito ou numa ditadura?
Então como se entende que tenha sido convidado para intervir num fórum onde se debaterão exactamente estes temas o Ministro da Justiça de um Estado que, neste momento, é tudo menos uma democracia, um Estado com um presidente que elogia os torturadores da ditadura militar, onde se destroem em ritmo acelerado todos os preceitos legais e todas as instituições que pretendiam uma aproximação social dos direitos dos cidadãos brasileiros, um Estado onde reina a injustiça e o terror diários?
Como pôde a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa fazer este convite a Sérgio Moro e como pode o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acolher tão nefasto hóspede?
Nesta altura do ano, ao comemorar-se o aniversário da Revolução dos Cravos, é da praxe os jornais e televisões entrevistarem Otelo Saraiva de Carvalho e é sempre com um sorriso complacente que os entrevistadores voltam a ouvir a sua manifestação do desejo de que uma sociedade de democracia directa se tivesse construído a partir da queda da ditadura. E é, igualmente, com um esgar de bonomia, como quem faz a pergunta a um puto da escola, que o interrogam sobre se conhece algum país onde isso tivesse acontecido. A resposta certeira não pode ser mais do meu agrado: - “Construíamo-la nós!”. É isto a utopia. E são as utopias que têm feito o mundo dar saltos.
Eu não posso ser contra os partidos porque sei que a minha vida já não dá tempo para grandes mudanças. Mas os verdadeiros democratas estão a ser submergidos por uma avalanche de nepotismo e de total ausência de nobreza na condução da causa pública, isto é, dos interesses fundamentais de todos nós. Espero que esses, os poucos que no exercício do poder têm essa verdadeira vocação, lá se mantenham. Quanto a nós, os outros todos, SOMOS LIVRES desde o 25 de Abril para podermos formular perguntas como por exemplo, esta:
- O que vem cá fazer um fascista igual àqueles que expulsámos há 45 anos?
José Carlos Ary dos Santos KYRIE
(Artur Bual)
Em nome dos que choram,
Dos que sofrem,
Dos que acendem na noite o facho da revolta
E que de noite morrem,
Com a esperança nos olhos e arames em volta.
Em nome dos que sonham com palavras
De amor e paz que nunca foram ditas,
Em nome dos que rezam em silêncio
E falam em silêncio
E estendem em silêncio as duas mãos aflitas.
Em nome dos que pedem em segredo
A esmola que os humilha e os destrói
E devoram as lágrimas e o medo
Quando a fome lhes dói.
Em nome dos que dormem ao relento
Numa cama de chuva com lençóis de vento
O sono da miséria, terrível e profundo.
Em nome dos teus filhos que esqueceste,
Filho de Deus que nunca mais nasceste,
Volta outra vez ao mundo!
Augusta Clara de Matos Confusões muito convenientes
Há coisas nos tempos de hoje que estão a tornar-se perigosamente - não é exagero utilizar o advérbio - apreciadas e divulgadas como é o caso da oportuna e incentivada confusão entre o que é o saber e a competência e o que configura a promovida ignorância. E não se trata aqui da ignorância de que todos padecemos em relação a tanto que há para saber. Trata-se de desprezar, atacar e incentivar ao ataque do reconhecido e provado conhecimento adquirido por quem para isso trabalhou e o pôs ao serviço da comunidade.
O mundo vai ao arrepio da democracia. Os estúpidos e os venais conseguiram atingir os lugares de maior poder sobre tudo e todos graças não só ao poder bélico mas tanto ou mais ao comportamento acéfalo e permissivo de grande parte dos cidadãos dos países que se reivindicam dessa mesma democracia. Sabemos bem como lhes foi e tem sido criado o caminho do entorpecimento da razão para aí chegarem.
Quem tem as principais ferramentas para ajudar a inverter este estado da mentalidade colectiva, a Comunicação Social, não o faz. Deixa-se caír, na melhor das hipóteses, no conformismo do assumido como inevitável rumo do futuro global. E a quinquilharia das “ideias” prolifera em todo o suporte onde se podem juntar letras ou sons falados.
O saber é considerado arrogância e a estupidez humildade. E esta confusão contamina até, subrepticiamente, sectores que têm o dever e a capacidade de não se deixarem contaminar.
Neste mundo virado do avesso, oxalá a queima de livros não se propague como se tem propagado a inconsciência e a indiferença crescentes pela anulação dos direitos humanos.
“Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar!” sob pena de sermos nada mais que mais um.
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Porto é melhor que Benfica, isto é uma prova clara
Magnífica verdade,"[...] que viver dos outros impl...
Obrigada! Texto maravilhoso a ler e reler! Desde p...
Muito interessante este texto do Raul Brandão. Que...
Desculpe, mas isto é demasiado grande para ser o c...