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Jardim das Delícias


Quinta-feira, 17.05.18

Luc Descheemaeker

luc descheemaeker.jpg

 

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por Augusta Clara às 12:37

Terça-feira, 15.05.18

MEMORIAL PROVISÓRIO DA INAUGURAÇÃO DA EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA EM JERUSALÉM:

o balanço das folhas3a.jpg

 

Lista de palestinianos mortos pelo exército de Israel ontem, 14 de Maio de 2018

gaza1.jpg

 

Ezz el-din Musa Mohamed Alsamaak, 14 years old
Wisaal Fadl Ezzat Alsheikh Khalil, 15 years old
Ahmed Adel Musa Alshaer, 16 years old
Saeed Mohamed Abu Alkheir, 16 years old
Ibrahim Ahmed Alzarqa, 18 years old
Eman Ali Sadiq Alsheikh, 19 years old
Zayid Mohamed Hasan Omar, 19 years old
Motassem Fawzy Abu Louley, 20 years old
Anas Hamdan Salim Qadeeh, 21 years old
Mohamed Abd Alsalam Harz, 21 years old
Yehia Ismail Rajab Aldaqoor, 22 years old
Mustafa Mohamed Samir Mahmoud Almasry, 22 years old
Ezz Eldeen Nahid Aloyutey, 23 years old
Mahmoud Mustafa Ahmed Assaf, 23 years old
Ahmed Fayez Harb Shahadah, 23 years old
Ahmed Awad Allah, 24 years old
Khalil Ismail Khalil Mansor, 25 years old
Mohamed Ashraf Abu Sitta, 26 years old
Bilal Ahmed Abu Diqah, 26 years old
Ahmed Majed Qaasim Ata Allah, 27 years old
Mahmoud Rabah Abu Maamar, 28 years old
Musab Yousef Abu Leilah, 28 years old
Ahmed Fawzy Altetr, 28 years old
Mohamed Abdelrahman Meqdad, 28 years old
Obaidah Salim Farhan, 30 years old
Jihad Mufid Al-Farra, 30 years old
Fadi Hassan Abu Salmi, 30 years old
Motaz Bassam Kamil Al-Nunu, 31 years old
Mohammed Riyad Abdulrahman Alamudi, 31 years old
Jihad Mohammed Othman Mousa, 31 years old
Shahir Mahmoud Mohammed Almadhoon, 32 years old
Mousa Jabr Abdulsalam Abu Hasnayn, 35 years old
Mohammed Mahmoud Abdulmoti Abdal’al, 39 years old
Ahmed Mohammed Ibrahim Hamdan, 27 years old
Ismail Khalil Ramadhan Aldaahuk, 30 years old
Ahmed Mahmoud Mohammed Alrantisi, 27 years old
Alaa Alnoor Ahmed Alkhatib, 28 years old
Mahmoud Yahya Abdawahab Hussain, 24 years old
Ahmed Abdullah Aladini, 30 years old
Saadi Said Fahmi Abu Salah, 16 years old
Ahmed Zahir Hamid Alshawa, 24 years old
Mohammed Hani Hosni Alnajjar, 33 years old
Fadl Mohamed Ata Habshy, 34 years old

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por Augusta Clara às 02:17

Sexta-feira, 15.05.15

Nakba - José Goulão

mundo_cao1.jpg

 

José Goulão  Nakba

 

nakba01.jpg

 

 

 

Mundo Cão, 14 de Maio de 2015

 

   Nakba, palavra árabe que significa catástrofe, começou há 67 anos e ainda não acabou. É o holocausto de todo um povo, o povo da Palestina, cometido sem parança pelas décadas fora e vitimando já milhões de seres humanos através de perdas de vidas, bens, raízes, em suma, dos direitos humanos fundamentais.

Há 26 anos, no campo de refugiados palestinianos de Deishe, nos arredores da cidade de Belém, um homem com mais de 80 anos, o patriarca de uma família que nos acolheu por umas horas, ausentou-se sem darmos por isso. A grande actriz Maria de Céu Guerra lembrar-se-á por certo deste episódio, porque também fez parte dele e quem o viveu jamais poderá esquecê-lo. Quando o homem reapareceu trazia em cima de uma almofada uma chave enorme, daquelas que rangem nas fechaduras antigas das memórias das nossas aldeias. Mostrou-nos e explicou: era a chave da casa onde nascera, no princípio do século, na cidade de Yaffa, à beira do Mediterrâneo. Em 1948 ele e a família tiveram de fugir devido à violência de grupos terroristas e militares hebreus. Desses tempos guardava um sonho, o de voltar a usar a chave para abrir a porta de sua casa e o de tornar a sentir o cheiro da figueira do pequeno quintal, que então já só existia na sua memória como uma saudade embrulhada em nostalgia e enrugada pelo tempo. Nunca mais soube desse homem, que pela lei da vida não está entre nós. Levou consigo o sonho, porque os jovens da família, em omissão piedosa, lhe esconderam que nem casa nem figueira existiam mais. A gente selecta da cidade de Telavive que, sobretudo aos fins-de-semana, usufrui daqueles subúrbios agora chiques, jamais terá sabido da existência daquele velho, daquela família, da velha casa, da idosa figueira.

Porque ouvi um dia ao grande e corajoso jornalista israelita Gideon Levi, num encontro em Copenhaga, esta confissão: “vivemos a menos de 30 quilómetros de um outro povo, dos nossos vizinhos, e não o conhecemos, não sabemos quem são, o quanto lhes negamos”.

É assim a Nakba, a catástrofe. Um povo espoliado das suas vidas, dos seus bens, das suas aldeias e cidades pela violência, a arbitrariedade, a ira, a ganância de uma casta que, dizendo-se iluminada e portadora de mandatos divinos, se auto proclamou representante de um outro povo, manchando e ultrajando a memória das vítimas de uma outra catástrofe, o holocausto cometido pelos nazis.

A Nakba é uma limpeza étnica permanente, sistemática, cometida por quem tem a noção absoluta do que está a fazer, isto é, a substituição metódica, fria, de um povo por outro com base em ordens divinas que, em boa verdade, deus algum que hipoteticamente exista pode emitir porque a Nakba é coisa de homens sem escrúpulos, sem alma, sem uma réstia de sentimentos, como um qualquer carrasco de um campo de concentração nazi.

Uma limpeza étnica cometida, hora a hora, dia a dia, ano a ano, sob os olhos complacentes e colaborantes dos senhores que exercem o seu domínio sobre o mundo, chamem-se Estados Unidos da América, União Europeia e outros entes tão bem falantes quão mentirosos, que por isso se equiparam aos que praticam a chacina.

O drama é nosso contemporâneo, contudo não é gritado nas primeiras páginas dos jornais, gorjeado pelas vedetas das TV’s, cantarolado ante os microfones das rádios, e quando há excepções – porque as há – reconheçamos a coragem, a verticalidade, o bem da honra de quem as assume.

O drama é nosso contemporâneo. Não é obra do povo hebreu; não é obra dos povos dirigidos pelos cúmplices dos que se dizem condutores do povo hebreu. Saibamos distinguir os responsáveis e as responsabilidades para que venha a ser feita justiça.

Porque justiça terá de ser feita, se justiça ainda existe. A Nakba existe; é um crime contra a humanidade.

 

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por Augusta Clara às 08:00



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