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Jardim das Delícias


Quarta-feira, 15.07.15

Grécia: em que consiste a Derrota da Alemanha - texto de "O Economista Português"

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Grécia: em que consiste a Derrota da Alemanha - texto de "O Economista Português"

 

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O Economista Português, 14 de Juulho de 2015

 

   Os mass media europeus, com destaque para os portugueses,  continuam a contar-nos histórias da carochinha como se na cimeira da União Europeia (UE) concluída ontem tivesse havido uma vitória alemã – «a Grécia sucumbiu às exigências dos credores e aceitou um programa de austeridade punitiva», escreve por todos o Wall Street Journal – e por isso a presente «vox clamantis in deserto» julga dever uma clarificação ao leitor; julga dever pormenorizar em que consiste a derrota alemã. Em primeiro lugar, temos que escrever o ponto da situação: a cimeira da UE concluiu ontem de manhã um acordo de sete páginas, sem uma única tabela estatística. Fica a meio caminho entre o acordo transitório e o definitivo. Nem sequer previu o acordo-ponte, isto é, o financiamento até ao acordo definitivo. O Sr. Presidente do Eurogrupo, o inefavelmente inefável Sr. Jeroen Dijsselbloem, ontem reeleito (sem os votos portugueses) devido à sua manifesta incapacidade e aos bons serviços à Alemanha, declarou que serão necessários uns 40 dias para escrever o acordo, isto é: dois meses. O acordo foi possível devido ao uso da tortura do sono à Alemanha: a reunião durou 17 horas. O presidente, o eslavo Tusk prendeu na sala do conselho a germana Merkel até a obrigar a confessar com euros o seu amor aos helenos.

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A Alemanha foi derrotada mas a Srª Merkel (uma ex-propagandista da URSS, lembram-se) prefere ser derrotada e declarar-se vencedora, mesmo quando contra ela se esboça uma campanha espontânea da opinião pública mundial; todos concordam com esta admirável fantasia,colorida pelas manifestações de desagrado gregas: Berlim ganhou. O Economista Português sabe hoje que esse acordo foi fabricado com a manobra francesa e o benfazejo estímulo de Washington (obrigado, Barack!) para levar à certa os carneirinhos do Bundestag, que se preparam para votar a promessa de mais 86 biliões de euros para a Grécia, certos que assim melhor a punirão. É obra. Para conseguir este voto Hollande e Tsipras não cobram a sua vitória. Com papas e bolos se enganam os tolos.

 

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por Augusta Clara às 08:00

Domingo, 12.07.15

«GRÉCIA: MERKEL DERROTADA. PASSOS COELHO ENGANADO PEDIR-LHE-Á INDEMNIZAÇÃO PARA PORTUGAL?» - texto de «O ECONOMISTA PORTUGUÊS»

 

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«GRÉCIA: MERKEL DERROTADA. PASSOS COELHO ENGANADO PEDIR-LHE-Á INDEMNIZAÇÃO PARA PORTUGAL?» - texto de «O ECONOMISTA PORTUGUÊS»

 

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O Economista Português, 10 de Julho de 2015

 

48 horas antes de o Sr. Tsipras escrever o seu plano para Bruxelas, já a imprensa portuguesa sabia que ele continha a derrota moral do ras grego: manchete do Diário de Notícias de anteontem, anunciando que a Grécia «cedeu».  Mas afinal quem cedeu foi a Madrinha, a Srª Merkel. Ou de como somos levados à certa pelos nossos mass media. E o DN nem é dos piores.

 

Quando o Presidente Barack Hussein Obama lembrou à engenheira química Angela Merkelque, no meio da guerra fria com a Rússia, era má ideia entregar a Grécia a Moscovo, o destino da senhora estava resolvido: passava do Departamento do Tesouro para o Pentágono. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já começara a tocar-lhe o Kindertoetenlieder, mas ela é dura de ouvido e escapou-lhe a mensagem da música.  Diz-se que o Engº Guterres tinha aprendido a infalível ciência de governo: seguir as sondagens. Sabe-se que a Srª Merkel descobriu um sistema ainda  mais perfeito, simples e barato: para governar o mundo basta-lhe ler todos os dias o canto superior direito da primeira página do Financial Times, que publica o índice da bolsa de valores. Ora a Grécia é uns 2% do PIB europeu e as bolsas apenas piscaram o olho perante as maldades que o Sr. Varoufakis ministrou à nova Cariátide (claro que a Srª Merkel ignora o efeito de uma queda acumulada de 1% num plano de investimento em bolsa e por isso considera 1% uma ninharia). Coitada.  Sic transit gloria mundiO Economista Português pede também ao leitor um pensamento bom em intenção do Sr. Sigmar Gabriel, o socialista alemão que andou a fazer a publicidade da chancelarina e a dizer umas verdades duras aos helenos. 

 

A questão grega resolveu-se, como O Economista Português sempre previu, e perde assim muito do seu interesse pois resume-se agora a saber em que medida seremos prejudicados face aos gregos: medida grande? medida pequena? Mas esta questão interessará a alguém em Portugal? Haverá uma oposição responsável que queira governar e tenha um plano de governo?  Haverá uma opinião pública minimamente informada em matéria económico-financeira?

Com efeito, é certo que a Srª Merkel perdeu e os gregos ganharam. Só os mais bacocos elementos do batalhão de semicomentaristas oficiosos das nossas televisões e jornais se deixam enganar pelos eufemismos com que a propaganda alemã começou ontem a mimosear-nos, para ornamentar a sua derrota: «aliviar» (uma linda metáfora de casa de banho)  a dívida grega  e não reestruturá-la, muito menos perdoá-la. A propaganda dos credores colocou hoje nos jornais uma fuga do pedido grego que exagera a austeridade e, para agradar a Berlim, declara que o perdão da dívida será curto, mas sem o quantificar.  Só segunda feira começaremos a medir a exctensão da derrota alemã.  Falando a sério: ainda ontem, no Palais Bourbon, um chefe da direita francesa pedia a Hollande e a Berlim piedade para Portugal e por extensão para a Espanha e a Irlanda quando perdoassem a Grécia. Deus o ouça.

O Dr. Passos Coelho acreditou e verbalizou que a Alemanha não cederia e por isso enfileira entre os derrotados de hoje. Acreditou com a fé cega que põe nos mitos urbanos. Donde lhe brotava tão comovente fé? Só podia nascer dos lábios flexuosos da chancelarina os quais lhe tinham dado a saber que não cederia aos gregos, que nunca por nunca ser lhes cederia. A Srª Merkel disse em segredo ao Dr. Coelho o que nos disse a todos em público e ele, por beber do fino e o suposto segredo lhe quadrar ao simplismo mental em matéria económico-financeira, acreditou.  Coelho  acreditou acompanhadíssimo:  grandes nomes da estratégia portuguesa, incluindo do PS, outros políticos com nome na praça asseguraram-nos publicamente que ela não cederia, que os gregos perderiam, que a política da troika era o 11º mandamento que Ieová dera a Moisés no deserto para a salvação da classe política portuguesa.Enganaram-se.  Prestaram-se às manobras da nova Cariátide. Fizeram que o nosso país  desempenhsse nesta última farsa da Eurozona o divertido papel do Arlequim da commedia del arte. Nunca repararam que a Srª Merkel é tão fértil em ultimatos como é úbere em recuos perante as putativas consequências desses mesmos Diktate? Nunca viram que ela tem a ameaça fácil e a fuga lépida? Os ludibriados, a começar pelo Sr. Chefe de Governo,  têm um plano B para compensar Portugal pelos prejuízos do logro em que nos fizeram cair, prejuízos resultantes de termos abraçado alianças internacionais nocivas aos nossos interesses de nação devedora? Veremos.

 

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por Augusta Clara às 08:00



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