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Delícias são tudo o que nos faz felizes: um livro, a magia dum poema ou duma música, as cores duma paleta ... No jardim o sol não raia sempre mas pulsa a vida, premente.
Augusta Clara de Matos Vamos aceitar?!
Enquanto andamos por aqui a discutir saias e outras futilidades equivalentes e a confundir a tralha semântica dos ianques com a nossa língua, quando o asséptico "politicamente correcto" se confunde com o que é verdadeiramente incorrecto e deplorável, no Parlamento Europeu, eleito por nós, votou-se a recusa ao auxílio a quem se afoga no Mediterrâneo. E não só se votou como se aplaudiu.
E, ao chegar aqui, fico gaga. Não por qualquer atmosfera natural inibidora do meu aparelho vocal, o que me atacou foi a gaguez do entendimento pela nuvem escura que me tolhe a respiração.
De que terra, de que gente, de que pais, de que ética, de que moral, de que deus, de que réstia de empatia e de bondade vêm aqueles vermes todos que, em Estrasburgo, decidiram votar pela transformação de um mar em cemitério?
A quem entregámos os destinos daquilo que nos disseram ser a Casa Comum dos Povos deste continente? Eu não pertenço a nenhum bando de malfeitores nem de salteadores que usam armas para destruir as casas dos outros e depois se mascaram de personagens cultas e respeitáveis que criam estruturas onde graves deficiências mentais, consideradas a nata da inteligência criadora, delineiam as estratégias a que nos obrigam a obedecer.
Não quero pertencer a uma “União” Europeia que acaba de adoptar o lema “VIVA A MORTE!”.
Augusta Clara de Matos A caminho da Internacional Fascista?
Que eu saiba a União Europeia, apesar de se intrometer muito nas políticas internas dos países e não dever, como há quem afirme por aqui e com razão, não contempla nos seus documentos fundadores uma união de países de regime fascista. Quando se formou não estava prevista a viragem que vários países da antiga Cortina de Ferro viessem a sofrer com a instalação da extrema-direita no poder. Já bastante antes do início deste processo nos lembramos das discussões havidas à volta da entrada ou não da Turquia como membro da União por ainda ali vigorar a pena de morte. Portanto, a União Europeia formou-se pelo agrupamento de várias democracias. Se internamente cada uma delas cumpre os requisitos que as caracterizam, isso é outra coisa.
Mas o caso da Hungria e de outros países como a Polónia e a Áustria já ultrapassam as malformações democráticas e assumem-se como regimes autoritários de características fascistas. São os direitos humanos mais básicos que estão a ser atacados, incluindo os dos refugiados que chegam à Europa a fugir das guerras e da penúria nos seus países; é o ataque às opções sexuais, políticas e religiosas dos seus cidadãos; é a perseguição às minorias étnicas como os ciganos e a anulação de outras liberdades típicas da democracia.
Países que adoptem regimes fascistas devem ser expulsos da União Europeia.
O fascismo está a alastrar rapidamente na Europa e não se vê ninguém tomar medidas que lhe ponham travão. Não se entende, por isso, a votação do PCP, um partido antifascista, contra as sanções propostas no Parlamento Europeu à Hungria. E escuso-me de rebater os argumentos que o partido, ultimamente, tem evocado quando se esperariam tomadas de posição contrárias às que adoptou – em relação ao regime Angolano de José Eduardo dos Santos, à eutanásia, às touradas, que me lembre agora – porque são tão inconsistentes que não têm ponta por onde se lhes pegue.
E eu não quero viver numa União Internacional Fascista!
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