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Delícias são tudo o que nos faz felizes: um livro, a magia dum poema ou duma música, as cores duma paleta ... No jardim o sol não raia sempre mas pulsa a vida, premente.
(este texto foi escrito há um ano)
Há exactamente 100 anos, em França, a meio da Grande Guerra de 1914-1918, entre 21 de Fevereiro e 19 de Dezembro de 1916, travou-se uma das mais brutais e sangrentas batalhas da história das guerras (envolvendo 2.400.000 homens), na Região fortificada de Verdun, durante 300 dias e 300 noites, à razão de mil mortos por dia, saldando-se, no final, por mais de 300 mil mortos e desaparecidos (porque a morte em massa e a total pulverização de milhares de corpos fizeram desaparecer no anonimato cerca de 100.00 soldados), e cerca de 400 mil feridos.
Os alemães dispararam em média 100.000 obuses por dia. Nove vilas e aldeias, «mortas pela França», foram definitivamente riscadas do mapa. Das 95 divisões que constituíam o Exército francês, 70 divisões combateram em Verdun.
Quer pela sua longa duração, quer pelos terríveis meios de destruição empregues, quer pelo encarniçamento dos adversários na luta, quer pelo horror dos combates, quer pela gigantesca amplitude das perdas, a batalha de Verdun marca uma viragem histórica na maneira de fazer a guerra, alterando completamente a noção tradicional de batalha como confronto breve e violento, mas decisivo, que se tornou obsoleta.
De realçar, também, a incompetência profissional, a crueldade e a desumanidade de muitos generais, que não hesitavam em mandar escolher à sorte, para serem julgados sumariamente, condenados à morte e fuzilados, a título de exemplo, dois ou três soldados de um pelotão que se recusasse a avançar em campo aberto sob fogo cerrado do inimigo (como é mostrado com toda a crueza no terrível filme «Paths of Glory», de Stanley Kubrick, estreado em 1957, e proibido de ser exibido em França - e em Portugal e Espanha, claro! - durante mais de década e meia)...
...E esta era «a guerra para acabar com todas as guerras»!
Foto a preto & branco: imagem do filme de Stanley Kubrick «Paths of Glory» (de 1957);
Foto a cores: pintura de John Singer Sargent (1865 -1925) intitulada «Gaseados» (1918).
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Porto é melhor que Benfica, isto é uma prova clara
Magnífica verdade,"[...] que viver dos outros impl...
Obrigada! Texto maravilhoso a ler e reler! Desde p...
Muito interessante este texto do Raul Brandão. Que...
Desculpe, mas isto é demasiado grande para ser o c...